O menininho pergunta pra mãe:
-Mamãe! Por que você é branca, papai é negro e eu sou japinha...
-Ah, meu filho! Se você soubesse a festa que houve naquele dia...você deveria estar contente por não latir.

(eu nunca lembro piadas e nem gosto tanto, mas animam o ambiente de trabalho nos momentos estressantes. e quando mais dã, mais engraçada =)

sensacional.
passeios na hora do almoço, e três pessoas conhecidas na mesma rua, em poucos metros. me senti até uma pessoa pop.
haha :P

.hoje é dia de descobrimento do brasil.
.o álbum, de 1994 é um dos favoritos, cada canção se completa, conta uma história por capítulos e a próxima faixa nada mais é que uma continuação. todas interligadas, mas funcionam bem sozinhas também.
.conheço bem legião, álbuns, fases, letras, histórias, mas não ouço mais quase, só muito esporadicamente, e um álbum só de cada vez. ouço um álbum completo, sempre, porque eles contam histórias, a música sozinha raramente tem encanto pra mim. mas ouvir sempre também cansa, tem que ser só de vez em quando, pra dar água na boca, pra dizer algo, pra responder qualquer coisa.
.legião acompanha minha vida, minhas fases pessoais. seja porque tragam lembranças de alguma época, seja porque têm a ver com alguma fase atual e estejam escrevendo história. por qualquer motivo, legião sempre vai ser especial pra mim.
.e o descobrimento é lindo, lindo. começa falando do "retorno de saturno", que tem me atormentado, dia sim, outro também, me cobrando, mas passando a mão na cabeça as vezes, porque ele nem é tão mal assim, vai. "29" fala de aprender a perdoar e a pedir perdão quando você se fode bonito de verde e amarelo. porque tem gente que fica traumatizado, e tem gente que prefere aprender e melhorar, que é o meu caso.
.daí vem "o que há de errado comigo, não consigo encontrar meu abrigo" (...) e "celebro todo dia minha vida e meus amigos, eu acredito em mim" (...). é tão auto-ajuda, é tão bonito e tão triste, mas uma tristeza disfarçada de beleza, algo sublime.
."sai de mim que eu não quero mais saber de você" me lembra dias turbulentos, pai, mãe, problemas, referências. ouço claramente na cabeça ela falando que era a música dele, o mesmo que me deu o vinil no dia 31 de janeiro, dia de aniversário, indo pro curso. lembranças..
."vamos celebrar a estupidez humana", sim, vamos celebrar, mas apesar da ironia, da desilusão, "nosso futuro recomeça: venha, que o que é perfeição" - há esperanças, sempre.
."o descobrimento" é fofa, dona lina adora, disse que era a minha cara nem sei pq, mas sempre que mamãe gosta de algo eu simpatizo, do nada, por nada, assim :)
.lembro do dia que passei horas seguidas ouvindo "os barcos" no repeat. uma hora minha mãe reclamou, soltou o "deus é mais" de sempre, disse que não aguentava mais, fez piada. isso foi há mais de dez anos, mas lembro como se fosse hoje. mais história, mais lembranças, pessoas que se foram e se perderam no tempo. tempo, tempo, tempo...
."vamos fazer um filme", o amor eterno relembrado, a dorzinha da nostalgia, a sensação que volta como se fosse hoje, "e hoje em dia como é que se diz eu te amo? - eu te amo". eu te amo.
."os anjos" me lembra a amiga que dizia "hoje eu vou dar", e até hoje eu canto assim. da época que eu nem sonhava fazer isso... "a maldade humana agora não tem nome" e "só nos sobrou do amor a falta que ficou". auto-explicativa.
."um dia perfeito" e a gente só se dá conta disso as vezes quando se fode, ou quase. sabe aquela coisa de só dar valor quando perde? por aí... "podem até maltratar meu coração que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar".
."giz" era a favorita. acho que ainda é. "acho que estou gostando de alguém, e é de ti que não me esquecerei".
.daí vem "eu continuo aqui com meu trabalho e meus amigos e me lembro de vc em dias assim, dia de chuva, dia de sol" e "e com você por perto eu gostava mais de mim"... pra terminar com "só por hoje eu não quero mais chorar, só por hoje eu não vou me destruir, posso até ficar triste se eu quiser, é só por hoje, ao menos isso eu aprendi, yeah".

nada mais juliana que isso.

.só pra fechar, noutro dia ouvindo algo antigo do new order pude perceber claramente algo do "dois" da legião. foda. as melhores referências legionárias. porque eles me ensinaram a gostar de boa música desde pequena.

.as coisas ficam bem, ficam mais ou menos, ficam mal. melhoram. eu não sei bem lidar com essa gangorra de sentimentos, com esse medo e dúvida constantes, que me acompanharam por tanto tempo. eu deveria era sentir alívio, mas ainda sinto o mesmo apego de antes. talvez menos, mas ainda um grande incômodo. ninguém precisa disso pra viver, e eu realmente não quero isso, essa inversão de culpas e erros, essa condenação mútua e eterna. ninguém assume nada, dedods são eternamente apontados na cara. aí fica tudo bem de novo, a trégua, até a próxima acusação. isso cansa, e eu deveria ter cansado há mais tempo, e de vez, sem nenhum resquício de dúvidas e medos.

.enquanto isso, como contraste, leveza, compreensão, pizza, sorvete, carinho. amizade, saudade, respeito, entendimento, transparência, cumplicidade. parece até brincadeira, pegadinha, algo momentâneo, esperando pra mostrar a verdade cedo ou tarde. mas duvido um pouco disso. acho que é assim mesmo e sempre vai ser. preciso é transformar as coisas aqui dentro do peito, pq dentro da cabeça tá certin certin.

.eu realmente preciso de uma mãozinha de coçar as costas...

tenho uma maldita dor no pescoço quase que diária. acho que quando tô muito cansada durmo torta e pá, ela ataca, sempre no mesmo lugar, do mesmo lado, no mesmo ponto. se eu viro bruscamente, dói horrores. acho que a falta da minha almofadinha agrava isso. ok, tô velha, mas acostumei a dormir com uma daquelas de criança, pequenina. nao consigo dormir com braços soltos, preciso abraçar, preciso apoiar a cabeça na dita cuja. e resolveram pôr pra lavar, "pq tá imunda e os milhões de ácaros dão alergia - depois não vai reclamar de rinite!". caramba, tá chovendo, frio, e nem puseram pra lavar, tava na espera. catei de volta. paciência.

será que tem cura esse vício de almofadinha? ou estou fadada como ao vício de comer o dedo?

.se a gente não pode mudar o mundo e todas as pessoas do mundo, mudemos a nós mesmos, a nossa forma de lidar e conviver com as pessoas, a nossa forma de encarar as coisas, enfim, mudemos de dentro pra fora. é difícil, é um longo processo, mas é como deve ser feito. ou então, seremos infelizes pra sempre, pq nada nem ninguém se encaixará nos nossos sonhos. e falo disso não só no lado sentimental, mas também no planos profissional e de amizades. conviver não é e nem nunca foi fácil, e daí se vive triste e frustrado por isso, porque a gente tem mania de idealizar, de querer sempre mais, sempre diferente. ok, eu sei, eu também sou assim. mas eu não quero, e tenho lutado ferrenhamente pra mudar isso. não quero mais ficar triste porque pessoas e fatos não são como eu gostaria que fossem. não quero mais esperar mundos e fundos e me frustrar. não quer também mais correr com nada, viver numa pressa e afobação, medos e inseguranças, atropelando os bois na frente do carro só pra me convencer de que sim, as coisas estão saindo conforme o planejado. não. quero diferente, quero um passo de cada vez, ir devagarinho com tudo. é tão bonito, gostoso e feliz as coisas serem assim! eu nem acredito que sinto dessa forma agora, que tudo mudou, ou está mudando. evolução. só falta o tal desapego de tudo e de todos, do passado, do que não depende de mim, desapego de pensamentos e sentimentos. é o que conversávamos ontem, eu e ela estudamos, mas ainda cometemos falhas que sabemos que são falhas. ainda não estamos preparadas pra abandonar certas coisas mundanas. e quando estaremos? pq esse apego a tudo que é material e passageiro?

[um tanto quanto triste]

todos os dias eu ponho pra baixar mil e um mp3 de bandas que alguém me recomendou, que eu li em algum lugar ou ouvi por aí. todos os dias vááárias músicas novas surgem na partição de multimídia, arquivos demais para tempo de menos. dezenas de arquivos ainda fora de suas devidas pastas, gigas e mais gigas de canções esperando serem ouvidas. uma maneira bacana de ir acompanhando é passar pro player. companheiro de metrô, dá pra dar mais atenção as até então desconhecidas bandas.

e eis que a boa surpresa da semana foi supercordas. banda carioca, acho, que toca sempre com a bando do meu amigo fabiano, o telepatas, me fez ouvir umas 3x seguidas a sua "frutas verdes". me lembra umas coisas dos anos 70, ainda não sei bem definir. e a faixa não tinha nome da música nem da banda, e me intrigou bastante. só agora fuxiquei aqui e achei. ah, supercordas. adorei.

"Eles tomam o seu sol
e eu tomo paracetamol
comprimidos musicais
não substituem os demais

E eu me canso de esperar
pelas frutas verdes no pomar
que parecem ter problemas hormonais

Férias quem sabe talvez
algum frescor
sem muita dor doces e sol sem seu anzol

E começar tudo outra vez
Férias se vão outra vez
nenhum frescor nem muita dor
doces e sol sem seu anzol

E começar tudo outra vez..."

"but in the first moment of her waking up
She knows she's losing it, yeah she's losing it
When the first cup of coffee tastes like washing up
She knows she's losing it, yeah she's losing it
She goes to the mirror to put on her stuff
She knows she's losing it, oh yeah she's losing it
When she doesn't speak to anyone till four 0' clock
She knows she's losing it, yeah she's losing it
Oh yeah she's losing it"

.belle and sebastian diariamente no som.

nhááá
.eu sempre consigo animar meus dias. eu sou capaz.
.se todos os losers soubessem como é fácil e quisessem ser felizes de fato, ao invés de glamourizar os remédios e a depressão... ah...
.a depressão vem toda semana, mas eu consigo domá-la pq eu quero e sou mais forte
.eu sou aquariana, pô, cheia de vontades e personalidade. nada nem ninguém me faz fazer o que não quero, nem mesmo nenhuma sensação minha. ora bolas.

.e fui no shopping, resolvi o que tinha que resolver, melhorei meu (mau) humor, comi muito atum e salmão, tomei caipirinha de sakê e fui feliz. pq eu sou feliz, vai.

[preciso ainda ver o lance do celular e dos óculos. ah, preciso de um par de ócumos novo!]

fiquei até altas horas ouvindo cds e buscando músicas pra festa do cafona. por acaso, na tv, um especial com meu ídolos bregas falando do gênero. lindo! ficar em casa sábado a noite nem sempre é ruim... faz tempo que nem acho ruim. apesar dos pesares, das tristezas momentâneas, das lembranças... até pq, a sexta foi feliz, o sábado idem. saí do trabalho na sexta e fiquei direto até... tarde. feliz. e organizar a festa tem me animado bastante. baixei finalmente o emule (há anos uso só o soulseek, mas é foda, falta muita coisa...) e agora tenho, finalmente, o tributo a odair josé, que o amigo ficou de mandar quando saiu e nada. tem a música que a carols me mandou naquele dia fatídico de tristeza. e ela tá no repeat:

"vida que não pára
máquina que voa
quanta gente andando à toa
coração de ferro
mente de metal
nasceu no espaço sideral
conte comigo
sou seu amigo
pode confiar em mim
não tenha medo
não faça segredo
pois a vida não é assim
você que pensa que o mundo é quadrado
você que pensa que o amor não existe
você que acha que anda tudo errado
por causa disso é que está sempre triste
gente bem de vida
povo da favela
casa que não tem janela
mundo sem prazer
noites de agonia
quem levou minha alegria?"

ah, odair. um fim de sábado deprê, um domingo melhor mas também um tanto quanto deprê, por causa da gostosura que é frio + chuva. pensamentos, milhares deles...

noite feliz, noite feliz.
outro dia, almoço feliz, tarde feliz.
alegria, alegria, alegria.
falta de noção, risadas, "piadas da minha mãe".
unhas vermelhas, roupa mais confortável, chuva, frio, delícia.
batata rostie, caipirinha, sukita.
casa, sozinha, pensamentos, telefone, bipolaridade.
incômodo, tristeeeza que bate, pensamentos, telefone, chato.
sem querer pensar, falar, entender.
burra.

[to esperando a outra volta do parafuso]