sábado, janeiro 10, 2004

Tomei a antitetânica e meu braço parece musculoso de tão inchado. Andei pacas com amiguinha e cansei de verdade. A gente ia ao cinema, mas naaada de bom. Agora, vinho, pavê e Jesus (and Mary Chain). Aliás, posso beber? Já era...

sexta-feira, janeiro 09, 2004

A quem interessar possa....
Nunca mais quebrei a perna, em compensação, depois do estabaco ridículo na porta de casa, eis que hoje cortei fundo a mão e tomei uns pontos... O ruim é que é a mão esquerda, e eu sou totalmente canhota, ou seja, tô inválida temporariamente. Saco :/ O polegar dói tanto que acho que vou dormir pra não sentir...

quinta-feira, janeiro 08, 2004

Na Folha de hoje:

Bravata perigosa
LUÍS NASSIF

É uma bravata infantil e perigosa essa retaliação contra turistas norte-americanos. Há no país clara falta de percepção sobre o que seja interesse nacional. Há uma longa caminhada nas relações Estados Unidos-Brasil. Tem-se pela frente a Alca, as questões em torno da OMC (Organização Mundial do Comércio) e outras relevantes. Por que se vai gastar pólvora com essa questão menor?
Dia desses o "Jornal da Cultura" mostrou como são feitas as identificações lá e aqui. Nos EUA, por sistemas eletrônicos de identificação digital, permitindo amplo manuseio de bancos de dados, e não levando nem sequer dois minutos para identificar o viajante.
No caso brasileiro, é um ridículo atroz de fotografar turistas com o número do passaporte escrito em um cartaz, como se fossem bandidos fichados. E para quê? Se não há nenhuma justificativa de segurança nacional, se esse papelório gerado vai para o lixo, não vai gerar controle nenhum, pois a Polícia Federal não tem sistema eletrônico de rastreamento de digitais, como não convencer a opinião pública norte-americana e o governo Bush de que não se trata de mera retaliação?
O país gasta uma grana preta para se mostrar "confiável", salvando inclusive grupos norte-americanos aventureiros que entraram na privatização, para gastar esse saldo em bobagens contra cidadãos que vêm gastar seu dinheiro aqui?
Onde está o ministro do Turismo, o da Justiça, o das Relações Exteriores, o da Casa Civil, fazendo vista grossa a essa patacoada? Se a liminar manda fotografar os americanos, à PF caberia no mínimo responder ao juiz que a decisão pode ser cumprida a partir do seu aparelhamento.
Mas cumprir desse jeito, tomando como fetiche a decisão do juiz, agride o direito e o bom senso, porque vai contra o interesse do Estado que representa a sociedade. É isso o que está surpreendendo e deixando perplexos os diplomatas do Departamento de Estado e a embaixada em Brasília. A inércia do Itamaraty e do Ministério da Justiça está criando em Washington a sensação de que o governo é conivente e apóia a medida.
A medida vai causar prejuízos e retaliações mais do que se pode imaginar, porque o conceito de proteção ao cidadão comum quando no exterior é um totem da cultura política dos EUA, e qualquer americano que se sinta humilhado ou ultrajado no exterior escreve ao seu senador ou deputado e ai se inicia um processo de pressão sobre a administração que é difícil parar e deixa cicatrizes por anos.
Depois da nota de ontem do Departamento de Estado, a próxima vai ser a recomendação para que os cidadãos americanos não venham mais ao Brasil, na mesma linha do que eles fazem com países com epidemias e terremotos.
Os prejuízos para as relações bilaterais, e não só para o turismo, serão irreparáveis. Um assunto minúsculo desse vai azedar assuntos sérios, já chegou ao secretário de Estado, Colin Powell, que vai fazer uma reclamação formal ao Itamaraty e logo vai chegar à Secretaria do Tesouro, que será obrigada a retaliar em algum lugar. Um ridículo para ninguém botar defeito, por nada e para nada.
A gente só se dá conta de que a vida seria um paraíso e só não é por um mero detalhe quando você para pra pensar como essa coisa aparentemente sem importância te irrita profundamente com comentários e solicitações sem importância o tempo todo. Acho que Deus põe essas criaturas nos nossos caminhos pra gente ver que nada na vida é fácil e pra testar nossa paciência e aprendizado nesse planeta. Deve ser. Aliás, só pode ser.
Grrrr
Caraleo, estou meio-quase-emo.
E acho que vou chorar. Tocou "João e Maria" no rádio, e agora "Sonhos", com o Caetano.
:~~~

terça-feira, janeiro 06, 2004

Todo dia ela faz tudo sempre igual. Sentada no mesmo banco da mesma praça, escreve sem parar num caderno velho. Maltrapilha, suja e aparentemente mais velha do que realmente deve ser, não levanta o olhar nem por um segundo, e da mesma forma, parece não se abalar com os olhares curiosos que atrai. Me lembrou a personagem do livro, tetraplégico e preso a uma cama, precisa de ajuda até para se coçar. Num dado momento, quase morre de tédio e, irritado, procura bobagens e futilidades para passar o tempo, tortura infindável. E o que há de ser pior: ele, preso à cama ou ela, presa a uma vida que só faz passar os dias sem nada, nem ocupação nem ninguém, só aquele caderninho de anotações... ?
Matriz, amigos, álcool, música, diversão.
Um dia feliz!
A falsidade mora ao lado, mas fechei a janela... (aliás, que frase cafona, mas não achei metáfora melhor e queria escrever. Bah)

segunda-feira, janeiro 05, 2004

Escravos por opção

Você fatalmente já ouviu Maria Rita, seja por opção ou osmose radiofônica. Aliás, ligue o rádio. Nesse exato instante, “A festa”. pode estar entoando em um punhado de estações do país. Mas “Lavadeira do rio”, você ouviu? E “Menininha do portão”, outra do disco de estréia da propalada cantora? Do belo álbum “Cosmotron”, do Skank, seus ouvidos fatalmente cansaram e se acostumaram com a balada “Três rios” e a beatle-dançante “Vou deixar”. Mas o novo CD da banda mineira é um gol de placa nas outras 12 faixas, ignoradas pelos tímpanos de quem não comprou o disco.

Culpa-se exaustivamente a pirataria de CDs como a estocada que fez ruir o império fonográfico. Assim é fácil. Lavam-se as mãos com água sanitária, afinal o vilão está logo ali na esquina, na banca do camelô. Difícil é reconhecer nos próprios vícios outro motivo para as vendas cada vez mais minguadas de discos no Brasil. E a espinha que ajuda a entalar a garganta, ninguém se atreve a admitir, é a famigerada “música de trabalho”. É ela que faz Skank e Maria Rita martelarem no seu ouvido as repetidas canções. Resta ao ouvinte três opções: gostar da “música de trabalho”, aceitá-la pela insistência ou repeli-la pelo mesmo motivo.

A “música de trabalho”, é bom explicar, funciona assim: um artista grava seu disco e, duas ou três semanas antes de ele chegar às lojas, o produtor, o departamento de marketing e (algumas vezes apenas) o próprio artista escolhem qual delas deve ser despejada antes nas emissoras de rádio, para ir esquentando o ouvinte para o lançamento. Essa canção, a chamada “música de trabalho”, é distribuída então num CD single, com esta única faixa e dirigido exclusivamente a rádios e TVs. Pronto: está preparado para ser teimosamente repetido no seu ouvido o próximo sucesso.

Como estratégia de marketing, a iniciativa é absolutamente lícita por parte da gravadora. O problema surge exatamente quando o disco propriamente chega ao mercado (e também às emissoras de rádio). Aí, a coisa muda completamente.

Entram em cena, então, os programadores de rádio. Uma profissão que, se não está em extinção, deveria estar, já que são tão figurativos quanto a família imperial brasileira. Por que diabos num álbum magnífico como “Balacobaco”, que Rita Lee ousou lançar como nos seus bons tempos, só escutamos “Amor e sexo”, quando no repertório tem pérolas tão ou mais saborosas? Ou por que, no espetáculo de faixas de “Como vão vocês?”, dos Titãs, temos que nos contentar com “Eu não sou um bom lugar” e “Enquanto houver sol”? Resposta fácil: “músicas de trabalho”.

Os fantoches da programação de hoje são bem diferentes dos de ontem. Para começar, não ouvem discos — pelo menos não os de Maria Rita, Skank, Rita Lee e Titãs, só para citar quatro nomes do pop/MPB que estão na praça há alguns meses com discos primorosos, do início ao fim. Bonecos manipulados das rádios não têm coragem de ser abusados. Se limitam a fazer o papel de meros pombos-correios do que determinam as gravadoras. Não existe mais um Big Boy ou um Maurício Valladares — dois nomes dos tempos em que DJ era disc-jóquei de rádio — que se lixavam para a “música de trabalho” e se arrepiavam com uma outra escondida lá no meio do disco, digna de merecer uma aposta com todo o cacife.

Se os programadores são escravos por opção das “músicas de trabalho”, as gravadoras não são menos culpadas. Se em vez de lançar um single para ditar arrogantemente o que querem no dial, mandassem com antecedência o CD inteiro para as rádios, a diversidade de boas músicas oferecidas ao ouvinte seria um estímulo ao consumo. Na ditadura da “música de trabalho”, sai perdendo o artista que brinda o ouvinte com um CD inteiro caprichado. Saem ganhando os Tiriricas, os Bondes do Tigrão e os MCs Serginhos, efêmeros como seus únicos singles. O sucesso espontâneo acaba relegado. Alô, gravadoras e rádios, será que vocês são tão cegos (ou tão surdos) que não enxergam que a “música de trabalho” só dá trabalho? Democracia sonora é bom e o ouvinte gosta.

(LUIZ ANDRÉ ALZER é jornalista)

domingo, janeiro 04, 2004

"Macaco sabe em que galho sobe" é um dos ditados mais certos que mamã me ensinou...
Bom saber improvisar na cozinha. Nem gosto de massas, nem de macarrão, só aquele fininho, "cabelo de anjo", eu acho, e de pizza. Ah, pizza eu adoro. Mas fiz esse macarrão aí que eu gosto, e inventei um molho de queijo que ficou qualquer nota, como diz um amigo. Bom demais. O molho, não o amigo.
Odeio despedidas. Definitivamente eu não sei perder. Não precisa ser o amor da minha vida ou o melhor amigo a ir embora pra eu ficar triste e sentindo que um pedaço me falta. Não. Bastaram alguns dias legais, algumas risadas e pronto, me acostumei a companhia, e não queria perder. Não quero, não sei, não gosto. Mas ok, ele se foi e nem sei quando volta. E nossa listinha não chegou nem perto de ser realizada. Fica pra próxima, eu lhe disse. Fica pra próxima, ele repetiu.
Talvez eu pareça volúvel as vezes, pois tenho a maior facilidade de me apaixonar hoje e amanhã não estar mais viciada, apesar de não esquecer. paixões momentâneas, intensas porém passageiras. E reincidentes as vezes. Hoje não consigo parar de ouvir Novos Baianos, comi um monte daquele bolo de chocolate diliça que fiz pro niver da amiga, tirei fotos sem parar daquelas luzes, adorei aquela roupa no corpo. Ontem eu ouvia, comia, vestia outras coisas... E amanhã, outras mais diversas ainda. Diria que sou sim uma metamorfose ambulante, que não quer ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Quero poder dizer agora o oposto do que foi dito antes e agora penso que não é tão mal quanto cheguei a pensar algum dia. Só não quero ser a mesma até morrer, quero mudar muito pra continuar sendo a mesma.
Mas com os amores humanos é sempre diferente. Nesses eu me amarro e insisto até não mais poder, até rasgar, até quase morrer de tanto sentir. E depois, levanto e sigo em frente. Mas só depois... Volúvel? Não... Eu só tento acompanhar a velocidade com que a vida corre pra mim, não quero deixar ela passar à frente, só isso.