sábado, dezembro 27, 2003

"And I'll sing in your ear again"
lá, lá, lá, cantando sem parar, no repeat...

doença.
O Urban Hymns do The Verve é simplesmente foda, não canso de dizer isso. Ouço sempre, e ainda fico maravilhada e emocionada, sempre. As letras são de chorar, apesar deu não estar triste, só numa fase contemplativa, digamos assim. Pensando...
E eu adoro Sonnet, é a favorita, mas Drugs don't work é a "do dia"...

"All this talk of getting old
It's getting me down my love
Like a cat in a bag, waiting to drown
This time I'm comin' down
And I hope you're thinking of me
As you lay down on your side
Now the drugs don't work
They just make you worse
But I know I'll see your face again
Now the drugs don't work
They just make you worse
But I know I'll see your face again
But I know I'm on a losing streak
'Cause I passed down my old street
And if you wanna show, then just let me know
And I'll sing in your ear again
Now the drugs don't work
They just make you worse
But I know I'll see your face again
'Cause baby, ooh, if heaven calls, I'm coming, too
Just like you said, you leave my life, I'm better off dead
All this talk of getting old
It's getting me down my love
Like a cat in a bag, waiting to drown
This time I'm comin' down
Now the drugs don't work
They just make you worse
But I know I'll see your face again
'Cause baby, ooh, if heaven calls, I'm coming, too
Just like you said, you leave my life, I'm better off dead
But if you wanna show, just let me know
And I'll sing in your ear again
Now the drugs don't work
They just make you worse
But I know I'll see your face again
Yeah, I know I'll see your face again
Yeah, I know I'll see your face again
Yeah, I know I'll see your face again
Yeah, I know I'll see your face again
I'm never going down, I'm never coming down
No more, no more, no more, no more, no more
I'm never coming down, I'm never going down
No more, no more, no more, no more, no more
(Repeat and Fade Out)"
Yes, there's love if you want it don't sound like no sonnet, my lord

Desci pra pegar um copo de coca (da normal, só tem dela, que sem dúvida é mais gostosa... e cheia de limão espremido e quilos de gelo) e ouvi o Jamelão berrando letra do Lupicínio. É impressionante como a temática é a mesma das bandinhas indies, o cara loser, sofrendo pelo amor da mulher que caga pra ele. Idem pro Roberto Carlos da década de 60/70. A diferença, no caso do primeiro, é mais no ritmo mesmo, que junto do vozeirão parece baile de terceira idade. Mas é bonito de se ouvir, em todo caso.

Ontem passei o dia fora com um amigo, fomos ver a versão estendida pro primeiro Senhor dos Anéis, e é claro que eu apaguei. Depois fomos num japa, e eles foram gravar a participação do meu amigo nos teclados de uma música da banda do amigo dele. Saca "a pior música que vc já ouviu na vida", repetida centenas de vezes? Ou então, lembram-se daquele lance dos americanos (foram eles? nem lembro) torturando com Metallica no repeat? Foi mais ou menos isso pelo que passei. Um troço com vocal horroroso, e além de tudo, progressivo. Parecia a eternidade, castigo dos céus. Pelo menos eu tinha joguinhos e máquina digital num palm, mas uma hora tudo cansa. Até pensei em me jogar, mas não consegui abrir as janelas e tals. E depois, ainda gastei tudo o que me restava numa pizza cara da porra. Tô falida. Fora isso, foi até divertido, fiquei bebinha de sangria e ri um pouco.

Na noite de Natal, ou seja, na véspera, fomos dar uma volta, mas tava tudo fechado, um tédio, mesmo pra quem queria fugir dele. Matriz e Sister Moon fechadas, demos uma passada no Pizza Park da Cobal e depois, banana frita com sorvete no Manoel e Joaquim. E só.

Agora devo morgar no tédio do meu lar até próximo do meu aniversário, que é quando terei alguma grana de novo, já que sou uma anta e por vergonha gasto mundos e fundos. E eu tô bem, e tals, mas ando sentindo uma puta falta de algo que nunca tive, algo bacana e recíproco. Tá foda, nada nem ninguém me apetece, faz tempo que esse vazio se acomete e eu cansei dele. E as vezes eu acho que é simples, noutras penso ser raro demais e tals. Acho que são ambas as coisas. De qq forma, não vale esforço meu, nem tentando entender, nem buscando. E aliás, nem tenho mais saco pra isso. Agora só como comida pronta, rs (metáfora medonha).

Só queria uma balada legal pra ir, mas tb acho que tô de novo naquela fase "sem saco".
Oh, céus.
Acho que queria viajar. Quero ir pra Curitiba, ou São Paulo, ou qualquer outro lugar legal que algum amigo quisesse me arrastar.
Acho que quero cortar o cabelo.
E tenho certeza que minha mãe tem razão, tô insatisfeita e busco paliativos...

quinta-feira, dezembro 25, 2003

Pô, é clássico todo mundo não gostar de Natal, né? Mó cliché, ai ai. E eu achando que tinha motivos e tals. Não, não quero ser do contra. Não é só isso.
:(
Nandoca (que agora não tem mais blog, só fotolog) me emprestou alguns cdzinhos fodas. O primeiro dos Mutantes, o Panis et Circencis, da Tropicália, um do Caetano sem nome, mas da mesma época, eo Transa do Caetano. Pra animar o fim de ano... Aliás, engraçado foram as meninas ontem, na festinha after de Natal, confessando que ficaram debatendo se eu e ele tínhamos um caso. Eu sou a rainha dessas histórias, isso porque não sou ninguém. Fico pensando se eu fosse famosa... Não, não tenho e nem nunca tive nada com ele. E com toda certeza, nunca terei. Nandoca é só meu amiguinho querido, irmão mais velho do coração (palhaço).
:~~~
Mas que foi engraçado foi... E o cara que ficou cutucando meu pé e minha orelha enquanto eu dormia no sofá? O melhor da noite, pura filosofia aquela criatura "ogro da floresta". Sensacional.
Acho que você não percebeu que o meu sorriso era sincero

Chove lá fora e aqui faz tanto frio... Comi demais e não quero ver comida nos próximos dias. Bebi pouco, mas deu sono... A caixa de emails lotada de mensagens de votos de prosperidade, e eu não tive saco de ligar nem escrever pra ninguém. Negligência minha, tsc, tsc. Não sei se acho que sinto o que sinto por causa do lance de querer o que provavelmente não terei, ou se realmente tem algo. Acho que não... Blerght, de qualquer forma, não farei o menor esforço, simplesmente porque não adianta e porque não tenho mais saco para tal. Cansei, mas não desisti. Sò que agora sou adepta da filosofia zeca pagodiana, "deixa a vida me levar, vida leva eu..."
E é isso, hohoho.
SE TEM VONTADE FAÇA, NÃO ESPERE QUE ALGUÉM FAÇA POR VOCÊ
SE TIVER MEDO, TUDO BEM, ARRISQUE, POIS ASSIM VOCÊ SABERÁ O QUE PODE ACONTECER
SE FOR VERDADEIRO, CULTIVE, OS FRUTOS SERÃO BONS
SEJA VOCÊ MESMO, NÃO SEJA AQUILO QUE VOCÊ NÃO É, VOCÊ ESTARÁ ENGANANDO A SI MESMO
SEJA VERDADEIRO, É MELHOR O NÃO, DO QUE A DÚVIDA
SEJA FELIZ E SIGA EM FRENTE, POIS QUEM VIVE DE PASSADO É MUSEU
SE PERMITA A FAZER ALGO BOM NA VIDA, COMO AMAR, ACOLHER, AJUDAR O PRÓXIMO, SORRIR, CHORAR, EMOCIONAR-SE, SE RELACIONAR, TER AMIGOS, ENFIM... O QUE FOR BOM PRA VOCÊ E PARA ALGUÉM.

VIVA!!!!! POIS O DIA DE AMANHÃ NÃO LHE CABE SABER...


(Deus é mais, isso aqui tá muito auto-ajuda. Mas recebi por mail do Je, e gostei. So sorry...)

quarta-feira, dezembro 24, 2003

A felicidade é a empada do Bigode

No fim de ano todo mundo começa a falar: “Feliz Natal, feliz ano novo!”. Mas, ser feliz, como? O sujeito passou o ano todo quebrando a cara, reclamando da mulher, batendo nos filhos, lutando contra o desemprego, sendo humilhado pelos patrões, e aí chega o fim do ano e todo mundo diz: “Seja feliz!”. E aí o sujeito tem de estampar um sorriso alvar no rosto, uma baba simpática, um olhar vazado de luz bondosa, faz uma arvorezinha de Natal com bolotas coloridas, mata um peru magro e pensa: “Sou feliz! O ano que vem, vai melhorar!”.

Felicidade muda com a época. Antigamente, a felicidade era uma missão, a conquista de algo maior que nos coroasse de louros, a felicidade demandava o “sacrifício”, a luta por cima de obstáculos. Felicidade se construía — por sabedoria ou esforço criávamos condições de paz e alegria em nossas vidas.

Hoje, felicidade é ser desejado. Felicidade é ser consumido, é entrar num circuito comercial de sorrisos e festas e virar um objeto de consumo. Hoje, confundimos nosso destino com o destino das coisas... Uma salsicha é feliz? Os peitos de silicone são felizes?

A felicidade não é mais interna, contemplativa, não é a calma vivência do instante, ou a visão da beleza. A felicidade é ter um “bom funcionamento”. Marshall McLuhan falou que os meios de comunicação são extensões de nossos braços, olhos e ouvidos. Hoje, inverteram-se. Nós é que somos extensões das coisas. Fulano é a extensão de um banco, sicrano comporta-se como um celular, beltrana rebola feito um liquidificador. Assim como a mulher deseja ser um objeto de consumo, como um eletrodoméstico, um “avião”, uma máquina peituda, bunduda. Claro que mulheres lindas nos despertam fantasias sacanas mas, em seguida, pensamos: “E depois? Vou ter de conversar... e aí?”. Como conversar com um “avião” maravilhoso, mas idiota? (Aliás, dizem que uma das vantagens do Viagra é que, esperando o efeito, os homens conversam com as mulheres sobre tudo, até topam “discutir a relação”).

Mas o homem também quer ser “coisa”, só que mais ativa, como uma metralhadora, uma Ferrari, um torpedo inteligente e, mais que tudo, um grande pênis voador, pássaro superpotente, mas irresponsável, frívolo, que pousa e voa de novo, sem flacidez e sem angústias. Seu prazer é cumulativo, feito de apropriações indébitas, dando-lhe o glamour de uma eterna juventude que afasta a idéia de morte ou velhice.

E eu não falo isso como crítica. Não. Eu tenho inveja, a verde, viscosa e sinistra inveja dessa ausência de angústia, dessa ignorância gargalhante que adivinho sob os seios de mulheres gostosérrimas ou nos peitos raspados de garotões lindos. Quero ser feliz, mas carrego comigo lentidões, traumas, conflitos. Sinto-me aquém dos felizes de hoje. Posso ter uma crise de depressão em meio a uma orgia, não tenho o dom da gargalhada frouxa, posso broxar no auge de uma bacanal. Fui educado por jesuítas e pai severo, para quem o riso era quase um pecado. O narcisismo de butique de hoje reprime dúvidas e tristezas óbvias. Eles têm medo do medo e praticam uma espécie de fobia eufórica, uma síndrome de pânico ao avesso: gargalhadas de pavor. E ainda atribuem uma estranha “profundidade” a esta superficialidade, porque, hoje, esse diletantismo tem o charme raso de ser uma sabedoria elegante e “pós-tudo”.

Mas falo, falo e não digo o essencial. Hoje, a felicidade é entrar num pavilhão de privilegiados. Eu queria não pensar, queria ser um imbecil completo sem angústias — meus inimigos dirão: “Você tem tudo pra isso. Sou uma esponja que se deixa tocar por tudo, desde a crise da dívida pública até o muro da Cisjordânia. Lembro a personagem de Eça de Queiroz que dizia: “Como posso ser feliz se a Polônia sofre?”

Hoje, a felicidade está na relação direta com a capacidade de não ver, de negar, de “forcluir”, como dizem os lacanianos. Felicidade é uma lista de negativas. Não ter câncer, não ler jornal, não olhar os meninos miseráveis no sinal, não ver cadáveres na TV, não ter coração. O mundo esta tão sujo e terrível que a felicidade é se transformar num clone de si mesmo, num andróide sem sentimentos, sem esperança, sem futuro, só vivendo um presente longo, como uma rave sem fim. Pedem-me previsões para o ano que vem. Tudo pode acontecer. Quem imaginaria o 11 de Setembro?

Osama nos legou o fatalismo dos árabes. Daqui para frente, teremos de aprender com eles a dizer: “Maktub!” — tudo estava escrito, nada nos surpreenderá mais. Só nos restam a orientalização, a religião evangélica louca ou a “objetificação” do consumo. Ou, então, viver a felicidade das pequenas coisas. Outro dia, eu estava comendo uma empada de palmito na porta da Globo (na Kombi do Bigode, que faz as melhores empadas do mundo) quando, sem quê nem para quê, fui invadido por uma infinita ventura, uma felicidade que nunca tive. Durou uns minutos. Não sei a razão; acho que foi um protesto do corpo, um cansaço da depressão. Mas, logo depois, passou e voltei ao duro show da vida.

Hoje felicidade é o brilho de um solitário que suga o prazer, sem conflitos, sem afetos profundos, mas sempre com um sorriso simpático e congelado, porque é mais “comercial” ser alegre do que o velho herói dos anos 60, que carregava a dor do mundo. O herói feliz acha que não precisa de ninguém, que todos devem se aprisionar em seu charme, mas ele, a ninguém. Para o herói criado pela mídia, o mundo é um grande pudim a ser comido. Feliz Natal e feliz ano novo.

segunda-feira, dezembro 22, 2003

A moda dos testes acabou, fazia tempo que não via um deles... Daí achei esse aqui no blog dela.


Que pagodeiro você exterminaria?


domingo, dezembro 21, 2003

Argh, o Natal tá chgando. Me dá até frio na barriga... Já já escrevo aquelas coisas de sempre sobre o Natal. Afinal, são 2 anos de blog já, e 3 Natais. Que merda.
Muita preguiça de escrever, até porque não tenho nada demais pra falar. Deixe-me ver... Sexta teve amigo oculto no trabalho, depois um almoço e foi tudo bem divertido. Voltei pra casa com a cesta básica que ganhei (porque eu sou do povo) e nem dava tempo de dormir um pouco. Falei mó tempão com o amigo no tel e fui pro encontro nerd-fotologger no japa em Ipanema, com o Nandoca. Depois paramos rapidinho no Empório com o Alex /pilgrim, mas tava chatin e o resto do povo não voltou, daí viemos embora.
Ontem fui ajudar a Stela com umas fotinhos de banda, foi legal, até porque eu adoro foto e to sempre pronta a ajudar, né? Depois fiquei fazendo hora, passei no "bolacheiro" e fui pro "escada shopping", bater perna e esperar minha "companhia". Lanchamos no MC (finalmente quebrei meu jejum de meses!) e fomos ao cinema, ver "Simplesmente Amor". Oh, parece filme babinha, não sei se me deu ataque de besteirol, enfim, mas achei graça, e fofinho. Nada demais, nenhum filmão, mas comédias românticas sempre me deixam leve, me fazem me sentir bem, e acho que isso já vale muito. Depois não tinha PN pra se fazer nesse marasmo de cidade, e vim pra casa, beber sidra sozinha na net. Que triste, que tédio.
Hoje acordei com o telefone e nele fiquei por boa parte do dia. De resto, dormi. Não fui fazer as fotos, e é sempre uma decepção, queria ter sempre bons programas e companhias idem para me livrar do marasmo desse dia blerght.
Agora, The Cure. Que aliás, virou campainha do meu cel, bem como White Stripes, Oasis, Travis... Foda.
Charge sensacional, foda, foda, foda!