de tantas vidas que ja tive, uma nova se inicia agora. e empolgante, e novo, e um tanto inesperado. e da um pouco de preguica de tanta ansiedade que e.
ja fiz tantas coisas... ja fui uma crianca feliz e que tinha tudo, ja perdi tudo e descobri que ainbda assim era feliz... perdi um pai, ganhei uma mesma mae varias vezes... namorei bastante, me apaixonei dezenas de vezes, achei que amava algumas, pra dai aprender que amor e coisa rara.
amigos entao... foram dezenas de amores instantaneos, pra descobrir tambem que muitos passam, se vao, e poucos, pouquissimos ficam. sao tao raros, que contamos nos dedos de uma mao. sabe aquela pessoa que voce liga na hora que a coisa aperta, de dia ou no meio da noite? poize. esses sao de fato os que cabem nos dedos, os que voce nem precisa pensar se vai incomodar (mesmo uma pessoa neurotica e paranoica como eu).
descobrir que alguns seres de anos nao valem a pena e e preciso deletar e limpar a lixeira e algo que sempre foi um tanto complexo pra mim. sempre dei mil chances, sempre entendo, desculpo, esqueco. mas dai que a coisa uma hora pesa - literalmente - nas costas, e se voce nao se livra do peso, fica - de novo, literalmente - doente.
e muita historia, e me arrependo de nao ter escrito aqui. foi um casamento sonhado e planejado que finalmente rolou da noite pro dia, pra descobrir que nao era nada daquilo. dai o trampo tambem foi junto, pra mostrar que era preciso recomecar, mais uma vez. talvez ainda fosse o retorno de saturno cobrando, mas fato que em seguida la estava eu em londres, me virando em outra lingua, indo atras de casa, de trabalho, de conhecer pessoas, fazer novos amigos, cativar um novo amor que apareceu de repente (e tambem de amor nao tinha nada). dali, alguns ficaram, uns se foram, um teve que ir pro embora pelo ralo, apesar de tantas tentativas e novas chances. pra que entao? me pergunto. nao sei. coisa que nunca consigo entender e porque tantos vem e tantos vao, tem que ir, por mais que seja dificil e que a gente nao queria. a vida nos obriga a puxar a descarga. puxei.
dai o peso comecou a vir. muita coisa boa comecou a aparecer por la, pessoas, trabalhos, vida. mas a dor cada vez pesava mais, um alguem novo surgiu, desses que so serve pra te mostrar o caminho certo a seguir e depois cai fora e some. ai voltei. medo medo medo. sem casa, sem trabalho, o peso pesando... e voce descobre que o mundo continuou diriando enquanto voce tava fora. nego sente a sua falta, mas vive bem sem voce. alguns ate te puxam o tapete, dizem que amam e sao os melhores amigos, mas te bulinam sem vaselina. te acertam sem avisos. e ja diz o ditado (minha memoria e pessima, mas ok, e algo do tipo), o que nao te derruba te fortalece. e se derruba, vc da um jeito na bunda e nos joelhos, e ta logo de pe de novo.
ja me chamaram de fraca, mas eu acho que sou forte pacas. lamento, choro, sou ema pacaralho, mas nunca deixo de dar a cara a tapa. cicatrizes, tenho muitas, mas nao consigo nao pagar pra ver. vai que perco algo supimpa? to sempre dentro, topo todas, topo tudo.
dai a vida andou, a casa veio, o trampo veio. tudo meia boca, pra em seguida melhorar direitinho.
e pa, casa arrumada, vida que segue, o peso nas costas literalmente pesou e derrubou. mas porque, logo quando tudo se ajeita? talvez porque a poeira estivesse debaixo dos panos.
e foram seis meses de dor (literal), de poucos amigos, de descobrir que ate a casa que te paga as contas e uma grande mae. e seis novos parafusos depois, ca estou, de pe, sem dor, quase sorrindo, quase feliz. porque sorrir e afirmar felicidade e algo que nao arrisco, ainda tenho medo.
mas la dentro do peito sei que ja ja, facinho, vai rolar. porque eu quero muito, mas e com bem pouco que eu me sinto bem. uma flor de jardim, meia duzia de palavras bobas, um abraco, uma surpresa. coracao bobo, coracao bola, coracao melao de sao joao.
e feliz ano novo vida nova, minha gente. porque o ano comeca agora, porque a vida recomeca, depois de tanta revolucao nos ultimos dois anos e meio. nunca gostei de sossego, mas foram oito casas, alguns freelas, muitos trampos, uma londres no meu coracao, um grande amor sofrido e superado, alguns semi amores ou com potencial a, uns tantos confusos, mais um superado. sacudi na maquina de lavar, acho que agora to pronta pra um pouco de sossego. mas com um tanto de emocao, faz favor, porque meu coracao nao guenta tanta calmaria, hehe.
agora vou la finalmente ver o final de lost, pra fechar com chave de ouro uma epoca e comecar novos tempos do zero. ou quase. porque certas coisas insistem em ficar. mas dai ate que pode ser bom (i hope so).