sábado, janeiro 31, 2004

Ah, esse horário do blogger tá doido, mas hoje já é dia 31, e dia 31 sim é meu niver.
Só pra constar.
Tô pra escrever um testículo desde terça-feira, mas sem o meu computador de casa fica foda. No trabalho não tenho tido tempo (nem muito saco, confesso).
Ah, e hj não dá. Tô de favor no quarto ao lado, no computador do meu irmão, conexão discada, "internet geriátrica". Hoje é meu niver, e confesso que não gosto muito. Por causa de algumas lembranças, na verdade, por causa da lembrança dele e da nossa despedida. E pra piorar tudo, alguns dos meus amigos mais queridos, que são o que faz valer essa data, não poderão ir na minha botecada, por vários motivos. Mas ok, sei que eles estão comigo em vários outros dias do ano.
Blah.

quinta-feira, janeiro 29, 2004

Tento sempre adotar aquela filosofia escapista de que sempre vivi sem, e posso continuar vivendo, mas na prática eu sinto uma puta falta de algumas pessoas. Na verdade, só duas eu realmente perdi e nem o tempo fez passar o buraco que ficou. Uma voltou, e ainda bem, está sempre presente. A outra se foi e eu sinceramente (e talvez ingenuamente) não sei o motivo, e sinto uma puta falta. Já brincaram que eu tenho outros amigos, como se fosse possível substituir. Mas claro que não. Eu sempre faço as compensações mentalmente, e essas algumas poucas pessoas especiais são realmente únicas e volta e meia eu fico emo pela falta. Não passa. Porque há muitas lembranças boas, e eu vivo de lembranças.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Ah. Esqueci da parte "meu querido diário".
Ontem teve piquenique no Parque Lage, muita comida, muitas pessoas, muitas fotos. Diversão :) O "depois" furou. Talvez tenha sido melhor, já que hoje furou de novo, e eu sei que não foi de propósito. Deve ser o tal do Murphy avisando....
As vésperas de completar vinte e seis anos, me sinto uma adolescente. Não tanto no sentido da jovialidade, mas muito mais no sentido da inesperiência, da quantidade coisas que ainda me falta aprender e assimilar. Tantos anos se passaram, meses, dias, semanas, horas. Fatos, acontecimentos, tombos, motivos pra me ensinarem tanto, e ainda me sinto ingênua e virgem de cicatrizes marcantes a ponto de ensinarem e evitarem erros repetidos e talvez até alguns novos erros. Parece que tudo está perdido num imenso furacão, muita confusão e pouca luz. Amigos, amantes, família, trabalho, estudo, não vejo no que possa me apegar, agarrar com unhas e dentes pra tentar aliviar o resto. O resto é tudo, tudo que me martela a cabeça dia e noite, me impedindo de sequer desligar por alguns minutos apenas do quão incopetente tenho sido a vida toda. Erros, erros, erros, e uma tentativa imensa e sincera de acertar e agradar. Não agrado aos outros e nem a mim mesma, e nem sei por onde tentar amparar meu castelinho que desmorona nas ondas que vem e vão.
Além disso, a confiança perdida, a minha grande ingenuidade, a mania da transparência com toda e qualquer criatura que me sorri. Tola, mil vezes tola.
O furacão me derrubou, e nem sei se quero ou sequer posso me levantar imediatamente. Prefiro até ficar num canto, sentada no chão, pensando, quietinha.

domingo, janeiro 25, 2004

Parecia cena de novela. Sentei na mesa da sala pra almoçar e automaticamente liguei o rádio, gesto natural, já que não consigo ficar num ambiente sem música ou sem leitura, mesmo que de algum diário trash. E a música acabara de começar, instantaneamente me lembrando dele. Engraçado que nem é o meu estilo, algo que eu gostasse normalmente, mas fiquei ali, ouvindo e lembrando, pensando nos nossos bons momentos, e principalmente pensando naquele dia da primeira briga, da desavença boba e dispensável. E você cantando e dançando aquela música, embriagado. Droga, poque sempre penso em você? Eu nem te amei, eu nem nada. Você me irritava, me cansava. Mas volta e meia, é de você que lembro. Talvez seja porque, mesmo sem me amar, mesmo sem eu te amar, foi quem mais me paparicou,
foi quem mais me amou com gestou, não com palavras. Mesmo que por tempo limitado.
"Think it's time you got out of bed and followed through
'Cause a working clock never stops to miss the change
On the front line, (you're) in the sunshine
Every step is a way (every step is a way)
Every step is a way (every step is a way)
Every step is a way through
If you find you're walking on air just open a window
If you find someone who cares then lock the door
On the front line, in the sunshine
Every step is a way (every step is a way)
Every step is a way (every step is a way)
Every step is a way through"
"I always knew the way about you
I always knew the way about you
Always on my mind
Always take my time
Take my time and I can find my way"
Dom de iludir

Com as coisas não declaradas e a dúvida maior que o mundo, eu escrevia como um grito, uma forma de escancarar tudo o que eu queria dizer e não tinha coragem. Daí, da forma mais simples e direta, falei. E ele também falou, e falou muito. E mais do que eu esperava, mais do que eu podia sequer imaginar. Não, as coisas não são perfeitas, não corremos pela praia nem demos um beijo apaixonado como em filmes piegas, não trocamos juras de amor e nem prometemos nada. Continua a dúvida, continua sendo esquisito. Aliás, o melhor é isso. Confesso que se não fosse assim, o encanto talvez fosse menor, seria menos atraente. Mas pelo menos eu sei que ele não é indiferente a mim, a mesma sensação esquisita que sempre existiu do lado de cá, paira do lado de lá. Não sei bem o que é, nem como é, mas é, e não adianta muito pensar e tentar entender. Só resta, como sempre, esperar, viver e ver (será?). E há a sensação que acalma, da certeza de que as coisas tomarão o seu rumo sem força, sem ânsia, com o tempo, maldito tempo. E nem me incomodo tanto, na verdade. Só hoje, só hoje, até porque foi hoje.

Falando de você. Nem temos muito a ver, ou temos tudo, depende. Gosto da sua voz, do jeito que você fala, das coisas, os assuntos, as palavras bem escolhidas, a risada. Gosto da nossa criancice, das briguinhas bobas e das fofuras de amigos. Sim, somos amigos, acima de tudo, antes de qualquer coisa. Mas tem isso, essa coisa esquisita e ininteligível, essa coisa que volta e meia me pega, e incomoda, me faz pensar, não deixa esquecer, distrair. Martela, faz pensar, ficar lembrando. Nada de amor, nada de paixão. Amigo, amigo sim, desses que a gente quer ter junto, gosta de falar e de ouvir. Amigo.
Confusão.