segunda-feira, janeiro 26, 2004

As vésperas de completar vinte e seis anos, me sinto uma adolescente. Não tanto no sentido da jovialidade, mas muito mais no sentido da inesperiência, da quantidade coisas que ainda me falta aprender e assimilar. Tantos anos se passaram, meses, dias, semanas, horas. Fatos, acontecimentos, tombos, motivos pra me ensinarem tanto, e ainda me sinto ingênua e virgem de cicatrizes marcantes a ponto de ensinarem e evitarem erros repetidos e talvez até alguns novos erros. Parece que tudo está perdido num imenso furacão, muita confusão e pouca luz. Amigos, amantes, família, trabalho, estudo, não vejo no que possa me apegar, agarrar com unhas e dentes pra tentar aliviar o resto. O resto é tudo, tudo que me martela a cabeça dia e noite, me impedindo de sequer desligar por alguns minutos apenas do quão incopetente tenho sido a vida toda. Erros, erros, erros, e uma tentativa imensa e sincera de acertar e agradar. Não agrado aos outros e nem a mim mesma, e nem sei por onde tentar amparar meu castelinho que desmorona nas ondas que vem e vão.
Além disso, a confiança perdida, a minha grande ingenuidade, a mania da transparência com toda e qualquer criatura que me sorri. Tola, mil vezes tola.
O furacão me derrubou, e nem sei se quero ou sequer posso me levantar imediatamente. Prefiro até ficar num canto, sentada no chão, pensando, quietinha.

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