sábado, maio 24, 2003

Eu li e reli aquela nota de email umas 300 vezes e não consegui identificar ali nem sinal de você, do que você era há alguns meses atrás, do que nós fomos. Porque eu deixei você ficar assim? Porque eu não te segurei, não te agarrei firme, pra não permitir que você se fosse?
Não, eu não posso segurar o que deveria estar dentro de você, nem muito menos posso botar de volta. "Lamento", você disse, com um tom de ironia impensado. E eu lamento, lamento mais que tudo nesse mundo a sua falta de esforço, a sua falta de vontade de ceder e saber repartir o tempo, o desejo. A sua falta de vontade de transformar a paixão em amor. Porque não é só tarefa do acaso, tem que vir do fundo. E eu queria jogar a culpa toda pra cima de mim, assumir os erros, a minha incopetência, a minha intolerância, o meu mau-humor... Porque talvez assim fosse mais fácil entender, aceitar e esquecer. Mas não, não dependia de mim, não mais. E eu lamento, como eu lamento por você ser assim, distante, insensível, preguiçoso. Lamento por você querer sempre tudo fácil e pronto e cômodo, porque pra mim estava cômodo também, mas nem de longe confortável. E mesmo assim eu continuava ali, sentada, assistindo ao programa de tv com um nó na garganta. Talvez eu não sinta falta de você, talvez eu sinta falta de alguém. E eu choro lembrando porque é bom ter lembranças, saber que uma história existiu, porque ela você não pode me arrancar. Se bem que você não faria força nem pra isso...
Mas de que adianta chorar? Ninguém vê quando eu choro, você não vê, não imagina, ou então finge que não sabe, porque é bem mais cômodo. Porque eu choro então? Pena de mim? Ninguém tem pena, nada muda com as minhas lágrimas. Aliás, nem com o meu sorriso.

sexta-feira, maio 23, 2003

Ontem fez uma semana que acabou. E faríamos sete meses. Mas não chorei nem fiquei pensando, não vale a pena. Na verdade, acho que preciso é agradecer o fim de algo que não tinha a ver faz tempo, que no início ficou disfarçado de coisa certa por conta da paixão, mas depois foi simplesmente empurrado com a barriga, já que não havia esforço mútuo. Enfim... Se o negócio é relaxar e gozar, simplesmente fui ao Empório com um bom (u-hu) amigo. E foi ótimo! Só músicas boas, companhia extremamente animada e mais tagarela que eu e Kamille juntas. Dancei, conversei, vi gente, me diverti. E não bebi, porque a dieta continua. E a vida também, embora as vezes dê uma pontinha de solidão, porque eu definitivamente não sei ficar sozinha. Os domingos são a prova de fogo, e eu não estou nem de longe preparada. Mas me jogo aos leões, não tem preparação não. Qualquer hora, quando menos se espera, algo legal acontece. É sempre assim, e é assim que é bom...

quinta-feira, maio 22, 2003

Aliás, alguém tem ou conhece quem tenha o álbum? Eu quero uma cópia...
O rei nas origens.
Foda.

"You Ask Me What You Need / Hate Is All You Need"

Delgados é legal.
Aquário

A Lua em Peixes pode deixá-lo mais sensível hoje e mais vulnerável a pequenas doenças ou a somatizar problemas emocionais com os quais tem evitado lidar. Dica do dia: Cuide-se! As conjunções planetárias indicam que você pode engordar neste mês. Então, faça uma dieta para cuidar, tanto da saúde, como de sua forma física.


Vilipendiada, abandonada e gorda? Deus é mais.
"Já não consigo não pensar em você..."

quarta-feira, maio 21, 2003

"Vila Sésamo", uma tortura

Uma tortura musical para os iraquianos

LONDRES. Músicas de programas infantis, como “Vila Sésamo” e do dinossauro “Barney”, se transformaram numa nova arma — ou num instrumento de tortura, como dizem as ONGs — nos interrogatórios de prisioneiros capturados no Iraque. Elas não estão sozinhas. Músicas de grupos de heavy metal, como Metallica, também têm sido usadas para minar a resistência dos presos que se recusam a cooperar.

Segundo a rede britânica BBC e a revista americana “Newsweek”, os prisioneiros que não cooperam nos interrogatórios têm sido expostos a essas músicas por longos períodos, na tentativa de que desistam e falem. A Companhia de Operações Psicológicas dos EUA (Psy Ops) informou que o objetivo era quebrar a resistência do preso através da privação do sono e do uso de músicas culturalmente ofensivas. Uma delas seria “Enter Sandman”, do Metallica.

Mas para a organização de direitos humanos Anistia Internacional, tais táticas, na verdade, constituiriam práticas de tortura, o que significa que as forças de ocupação estariam violando a Convenção de Genebra.

A longa exposição a esses sons afetaria a capacidade de raciocínio. Seria uma técnica não letal e sem efeitos posteriores. Um americano que teve de ouvir por 45 minutos em treinamento a música do programa do dinossauro Barney disse esperar nunca mais ter que passar por isso de novo.

Outras denúncias se referem a práticas bem menos sutis. O iraquiano Muhammad al-Tamimi contou que teve os quadris chutados e sofreu pancadas na cabeça com o cabo da arma de um soldado britânico. Como ele, mais de 20 iraquianos dizem ter sofrido maltratos das forças anglo-americanas.

As queixas que a Anistia Internacional tem ouvido de iraquianos que foram detidos pelas tropas anglo-americanas vão de espancamento a choques elétricos. Um ex-prisioneiro diz ter sido espancado durante toda a noite.

A organização disse que não pode ainda comprovar as denúncias. Mas informou que as semelhanças encontradas nos relatos de civis e militares iraquianos fazem com que sejam levadas a sério.

— O padrão que surge é de maltrato — disse Kathleen A. Cavanaugh, pesquisadora da Anistia Internacional que está em Basra, sul do Iraque, entrevistando iraquianos. — E esses maus-tratos podem constituir tortura, em alguns casos.

O Ministério da Defesa britânico e o Pentágono negaram as acusações e informaram estar agindo de acordo com a Convenção de Genebra.


Isso me dá uma boa idéia...

terça-feira, maio 20, 2003

Fantástico, o sistema de comentários está funcionando, e até aqui na Facha. Que avanço!
"Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo. Parece uma grande bobagem..."
E é.
"My pain and sadness is more sad and painful than yours"

Hahahahaha

É vero, é vero. Mas esse é o nome do álbum de estréia de um tal McLusky, e, desatualizada que estou, nunca ouvi falar. É punk, é indie, é do País de Gales e foi lançado lá em 2000. A influência é Pixies, se isso realmente quer dizer algo.

segunda-feira, maio 19, 2003

Eu cansei de fazer surpresinhas, dar presentesinhos, mandar torpedos e correr atrás, sempre mostrando o quão importante tal criatura é pra mim. Volta e meia alguém se torna importante, tão importante que eu me esqueço de mim, e quando lembro deixo passar batido, porque provavelmente eu sou feia, burra e sem graça demais para alguém tão foda. Todos eles são foda, e eu sou sempre uma droga. Chega, não vou mais atrás, não falo mais nada, não confio mais. Agora eu só digo amém, mas antes quero ouvir, quero receber. Até então eu achava normal dar sem pensar em receber, deixar o resto ser consequência. Tô fora. Quero carinho sem prazo de validade, quero os detalhes que contam a diferença sempre, todos os dias, cansei de correr atrás das raspas e restos, e cansei de gente da noite. Os caras da noite são os mesmos do dia, mas eles se transformam. Argh. Agora sou antiquada, nada de "ficar". Ou tudo ou nada.

PS Meus amigos são foda, todos eles, todos vocês. Não tô respondendo ninguém, não quero mais encher o saco nem alugar, espera eu ficar apresentável de novo (se é que algum dia fui). Mas quem me ligou, quem cruzou comigo por aí, valeu, valeu mesmo. Deus lhes pague e dê em dobro, porque ter saco de me aturar não é mole não.
Adorei a conversa de bar de acaso com o Fernando, adorei o Fred ler o blog (puxa,alguém lê!) e ter me ligado. Adorei a Fabi mais uma vez adivinhar que eu estou em cacos e me ligar. Ela talvez seja a única pessoa que sente e age como eu. Coitada, mas pelo menos, ela me entende.
Ah, e a Let tá linda, a barriga dela tá linda. E é lindo também ver a felicidade dos dois, dela e do Rogério, estampada nos tais pequenos detalhes. Menino de sorte esse Arthur. Vou tirar muitas fotos dele e talvez ensine a mãe a tirar também. Talvez, porque se eu ensino, já não fico mais tão presente. E eu não perco mais vocês de vista, dear.

domingo, maio 18, 2003

Vocês acham, queridos amigos, acham mesmo que a minha felicidade é estar triste? Eu não sou nem estou louca, talvez vocês estejam, ou pelo menos andam lendo filosofia demais. Eu gosto de rir, gosto de falar besteira, faz tempo que cansei de chorar. Claro que pra mim é um tanto quanto inevitável, sempre fui manteiga derretida, mas prefiro rir, dar gargalhadas até derramar algumas poucas lágrimas de alegria, prefiro falar muita merda. Eu definitivamente não gosto de sofrer. Até que não tô tão mal, não estou me descabelando nem morrendo de chorar (ok, só um pouquinho). Mas dói, de vez em quando umas lembranças teimam em invadir e dá umas pontadas no peito, uma sensação velha de dor toma conta. Mas agora eu mudei, não procurei ninguém, não corri pra nem um colo ou ombro amigo, nem mesmo fui atrás de algum conhecido distante. Tô sozinha, quieta na minha, tentando sobreviver até voltar a viver de novo. Mas quero mudar também com relação a outras coisas que eu fazia antes. Cansei de baladas, cansei de carinhas de uma noite, cansei de viver na rua. Rua agora só de dia, cineminha, talvez um barzinho e só. Festas só as vezes, daí acho até que fica mais legal. Homens, só em casos muito especiais. E alugar os amigos nunca mais. Vou pensar sozinha, tentar encontrar as minhas respostas, concluir minhas coisas sozinha. Muita influência externa só confunde. E quando eu estiver muito bem, topo dar uma volta por aí com quem quiser me chamar. Mas quando não estiver, me enclausuro. É melhor assim.
Ah, e ainda acredito na felicidade e acredito ser merecedora dela, ao contrário do que vocês pensam de mim. Não vou desistir de esperar por ela.
"O aquariano tem vivido momentos muito especiais de desafio. Sua coragem e determinação o estão ajudando e muito, principalmente a recuperar e estruturar sua auto estima."'

Horóscopo é um troço engraçado.