domingo, maio 18, 2003

Vocês acham, queridos amigos, acham mesmo que a minha felicidade é estar triste? Eu não sou nem estou louca, talvez vocês estejam, ou pelo menos andam lendo filosofia demais. Eu gosto de rir, gosto de falar besteira, faz tempo que cansei de chorar. Claro que pra mim é um tanto quanto inevitável, sempre fui manteiga derretida, mas prefiro rir, dar gargalhadas até derramar algumas poucas lágrimas de alegria, prefiro falar muita merda. Eu definitivamente não gosto de sofrer. Até que não tô tão mal, não estou me descabelando nem morrendo de chorar (ok, só um pouquinho). Mas dói, de vez em quando umas lembranças teimam em invadir e dá umas pontadas no peito, uma sensação velha de dor toma conta. Mas agora eu mudei, não procurei ninguém, não corri pra nem um colo ou ombro amigo, nem mesmo fui atrás de algum conhecido distante. Tô sozinha, quieta na minha, tentando sobreviver até voltar a viver de novo. Mas quero mudar também com relação a outras coisas que eu fazia antes. Cansei de baladas, cansei de carinhas de uma noite, cansei de viver na rua. Rua agora só de dia, cineminha, talvez um barzinho e só. Festas só as vezes, daí acho até que fica mais legal. Homens, só em casos muito especiais. E alugar os amigos nunca mais. Vou pensar sozinha, tentar encontrar as minhas respostas, concluir minhas coisas sozinha. Muita influência externa só confunde. E quando eu estiver muito bem, topo dar uma volta por aí com quem quiser me chamar. Mas quando não estiver, me enclausuro. É melhor assim.
Ah, e ainda acredito na felicidade e acredito ser merecedora dela, ao contrário do que vocês pensam de mim. Não vou desistir de esperar por ela.

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