quarta-feira, agosto 14, 2002
Hoje eu tive um sonho que eu lembro vagamente. Normalmente nem lembro que sonhei, então isso já é um grande avanço. No sonho ele me escrevia um cartão porque sentia saudades, explicava seu sumiço. Minha mãe lia o cartão e desdenhava de suas palavras. E do nada, mudava pra você. E você me ligava, puto da vida, porque eu passei a não te responder e a entrar invisível no icq (eta, tempos mudernos). Você me ligava com uma escrota (e falsa) lição de moral, como se você tivesse alguma pra me cobrar. Não sei porque que eu não tenho mais a menor vontade de falar com você. Tá, os motivos são óbvios, mas eu ainda assim deveria querer, como sempre acontece. Mas falar o quê? Nós não temos nada pra conversar, nenhuma idéia pra trocar. Até ontem nossas vidas tinham tanto em comum e hoje, tão logo, tudo mudou. É uma pena e eu lamento de verdade. Porque passou, acabou, e eu aprendi a ter tudo o que eu sempre quis, só não aprendi a perder. O vazio sempre me incomoda demais. Qualquer vazio, qualquer ausência, até do que nem é tão bom. E você não era, nunca foi, e eu sempre soube. Eu me acomodo e me conformo demais, e não devia. Faço o contrário de tudo o que eu acredito e sempre sonhei. Medo. Derrota.
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