quarta-feira, outubro 02, 2002

Numa das costumeiras voltas que o mundo dá as coisas finalmente resolvem se acertar e a vida parece sorrir de verdade pra mim, e não mais da minha cara.
(...)
E ao chegar cansada da faculdade, indo deitar, o telefone toca e todos os pesadelos de um passado real vêm a tona, e eu sou uma fraca, incapaz de ter voz ativa sobre minha vida e meus anseios, e fico ali, ouvindo todo aquele blá, blá, blá que tanto mal me fez e que ainda é capaz de me causar náuseas. Pensei em dizer tudo isso, mas simplesmente me calei e escutei. Agradecimentos, pedidos de desculpas, reconhecimento de feitos que na verdade não são nada demais, simplesmente sou eu, e sempre fui. Só ele que não soube ver. Dane-se. Eu sempre quis ouvir isso, sempre esperei por esse reconhecimento e agora não é nada. Nada. Argh.
As vezes certas lembranças trazem doces sensações, noutras, só causam dor, e deveriam ficar enterradas para sempre. Porque você resolveu mexer nisso? Vocês todos não me acrescentam nada hoje em dia, já aprendi o que tinha pra aprender com todas essas histórias entrelaçadas, agora chega. Me deixem em paz, malditos.
(...)
Então me lembro que tenho você, e que é a melhor coisa que podia ter me acontecido, e talvez seja a melhor que já me aconteceu. Mas no meio de tanta confusão desse passado que resolveu me assombrar, as idéias me confundem, e começo a ter medo até de você, porque é bom demais. E ouço coisas nas entrelinhas do que você diz, e talvez realmente sejam só fantasias doentias da minha cabeça. Aliás, eu espero que seja só isso.
Preciso dormir.
Hoje eu só queria colo... Mas não qualquer um. Queria o seu, queria cafuné até pegar no sono, pra fugir da vida real, só por hoje ao menos.

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