domingo, dezembro 29, 2002
A gente não precisa de nada nem ninguém pra viver, só da gente mesmo, certo? Ok, digam o que quiserem, mas tem coisas que por mais que a gente diga que vive sem, fazem uma falta do caralho, como um braço ou uma perna. Você até vive sem, mas vive mal, sente falta, sofre e coisa e tals. E eu não vou me fazer de fodona porque eu tô longe de ser fodona. Eu sou uma insegura e carente, acima da média. Sou meio mau humorada e até rabugenta as vezes, reclamo demais (aprendi de berço, fazer o quê), tá bem, assumo. Mas sou emo total. E as vezes eu sinto que tudo o que eu sempre quis é pouco. Ou não é o bastante, não é de fato o que eu queria. E não dá pra devolver, não é assim, primeiro porque pessoas não são mercadorias, e segundo que não existe o ideal, existe aquilo que se adapta. Você se adapta, ele se adapta, as coisas vão se moldando e se encaixando, conserta (por vontade própria) daqui, aceita dali, e pronto, vai se levando a vida. Mas eu me irrito, eu fico puta com umas coisinhas tão bobas, e eu sei que são bobas, mas na hora são a coisa mais importante do mundo. E quando eu paro pra pensar, me dá vontade de largar de mão e ir curtir a vida. Parece que é aquela coisa do ideal romântico mesmo, aquele mesmo ideal idiota e que eu sempre critiquei, de viver idealizando e sóquerer o que não está ao alcance das mãos, o utópico, eternamente utópico. Eu sou burra pra caralho.
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