Da minha janela eu vejo a rua, vejo as pessoas passando, apressadas, vejo os lentos que passeiam, a senhora com carrinho de compras, a outra com o bebê, o casal de namorados, a chuva, o sol. Vejo várias janelas, inúmeras, incontáveis janelas. Vejo a menina que limpa o vidro de uma delas, pendurada no nono andar. Logo acima, reparo na janela de cortininhas de desenho de criança, linda, com sua roseira de volta (ontem ela não estava lá). Fotografo aquela cena todos os dias, com o olhar, e reparei ontem que as flores vermelhas haviam sumido. Que diferença faz? Ah, eu gosto de olhar, simplesmente.
Hoje me sinto até bem, apesar das confusões mentais que eu teimo em criar na minha cabeça. Cismo com algumas coisas volta e meia, e crio paranóias. Doente, eu sei, mas eu aviso sempre antes. Ontem me aborreci, pra variar, e não há nada que eu possa fazer, a não ser seguir em frente no que já faço... E esperar, torcer pela sorte. Enfim, esquece.
Tô com cara de "menino do rock" (como se diz na Bahia) hoje; calça jeans, camisa branca e All Star vermelho-xadrez. Só faltou a camisa de banda, hehe. O que me salva como menininha é o rabo de cavalo, as unhas rosa-cheguei ("Deus é mais", disse mamã) e o colar de contas coloridas. Hoje tô com cara da adolescente que todos teimam em ver em mim. Vai ver que sou mesmo, pelo menos no espelho. Melhor assim... Os quase vinte e seis anos de velhice em nada me apetecem... E eu ainda lamentei quando fiz dezessete. Faça-me rir, tempo. Tempo, tempo, tempo...
Ontem fui na casa da minha amiguinha querida, mas claro que não podia ser algo tão cotidiano; peguei o ônibus na direção errada e fui parar na Presidente Vargas, tendo que atravessar uma daquelas assustadoras e pavorosas passarelas, sem ninguém para me dar a mão. Eu nem tenho medo de avião (não mais), mas passarelas me deixam trêmula. Hoje tenho mil coisas para fazer, mas a mistura calor + sono quase me fazem desistir. "Vida social", eu grito, e vou...
Argh, odeio esse cheiro de produtos de limpeza, cheiro de limpo que me faz espirrar... Quero a minha cama.
terça-feira, dezembro 16, 2003
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