quarta-feira, março 17, 2004
Quando eu era pequena eu imaginava que com vinte e tantos anos estaria muito bem empregada, com um salário foda, casada e talvez até com filhos. Bem aquela coisa de "Química", "... ter carro do ano, tv a cores, pagar imposto, ter pistolão, ter filho na escola, férias na Europa, conta bancária, comprar feijão, ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão...". Daía gente cresce e cai na real; falta um tanto ainda pra eu me formar, ganho uma merreca que recebe o nobre título de "ajuda de custo" e dependo de esmola da minha mãe pra sobreviver, tenho um namorado mas nada além disso, e não tenho a menor idéia do que será de mim nos próximos anos. Ok, não ter planos é melhor que esquematizar e se fuder, já que tudo muda, mas não ter a menor idéia é assustador. O pior é que os meus amigos todos infelizmente não estão, na sua maioria, muito melhores. A gente cresce e só então vai ver que a vida é bem diferente do que a gente via na tv, nos agora aparentemente tão distantes anos 80... Será que a realidade econômica esentimental das pessoas mudou ou a gente é que via uma utopia com nossos olhos ingênuos de criança?
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