Já falei dezenas de vezes e repito, não sei lidar com perdas. Não sei perder um livro, um cd, uma mala, coisas sem importância, no fundo. Mas muito menos sei perder pessoas, corações. Quem uma dia tava perto, e tava porque queria, mas resolveu não querer mais. Dói quando o outro não quer e você ainda pensa... Pensa com o coração. E é egoísmo, recalque, mas quando outra pessoa quer (independente de quem deixou de querer primeiro, se eu ou você), dá uma sensação de incopetência tão grande, que consome, arrasa, detona tudo lá dentro, como um furacão. Eu queria ter tudo, carregar pertinho de mim todas as pessoas fantásticas que já conheci, mas não dá, nem poderia se desse. Cada um precisa seguir um rumo e nos abandonar, cedo ou tarde. Poucos ficam. Aliás, será que fica alguém? A gente nasce só e morre só, essa é a única certeza. O resto todo é passageiro. Dura um dia, uma semana, um ano, dez... Mas se vai, sempre vai.
(ouvindo Radiohead, Cuttooth)
sábado, maio 22, 2004
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