quarta-feira, julho 04, 2007

se eu pudesse escrever no blog logo de manhã, falaria sem parar. mas não dá tempo, e aí vem o cansaço quando um tico de tempo pinta... e a inspiração se vai toda ao longo do dia com excesso de trabalho, e passeios, e pessoas, e tudo o mais. nem reclamo não, prefiro excessos ao ócio. o ócio me cansa, me dá sono, sono, sono, preguiça. e eu quero é mais.

sono e preguiça me lembram como eu acho curioso o povo que acorda cedo pra caminhar, fazer tai chi e sei lá mais o que na praia, com frio ou solão. eu nunca fui chega a praia, só mesmo pra caminhar, de vez em nunca, principalmente quando tá frio, nublado e o mar com ressaca. fora isso, acho lindo um dia de sol, mas não me apetece nem de longe botar meu biquinão 50' e deitar na areia pra torrar e ficar da cor do cabelo. to fora. tem gente morena por aí dizendo que é branquela, mas o fato é que tá na cara, né? eu tinha tudo pra ser morena que nem o guto e mamãe, sangue baiano, mas puxei papai e sempre fui branca, branca. ainda tinha olho clarinho e cabelo idem, o que mudou com o passar dos anos... eu acho tudo bom do jeito que é, quem nem esse povo querendo colocar silicone no peito, e eu adoro poder usar qualquer roupa sem ficar vulgar, porque sou a única da casa quase 'despeitada'.

mas então. e hoje tinha o cara correndo de lado, e eu fiquei pensando no que leva alguém a acordar cedo e ir pra praia pagar mico. vida saudável? é, pois é, queria ser rata de academia, mas a vida sendentária já me cansa o suficiente. que horas vou malhar, as quatro e meia ou as dez da noite? e a grana? tem uns trocentos cursos que eu quero fazer, mil coisas pra comprar... no way.

vim no ônibus ouvindo suede, me lembrei dos bons tempos de bunker, das pessoas e coisas, de como tudo era diferente e autêntico, sincero. saudades das madrugadas em que chegávamos lá e entrávamos de graça, e era divertido, boa música, pessoas bacanas, conhecidos. as coisas deviam acabar antes da total decadência, lugares, coisas, pessoas... tudo na vida devia ter essa noção. mas não, o lugar precisou perder os bons djs, as boas festas, os frequentadores 'old school' (pra dar lugar pra creche-metal-emo-indie (ou qq coisa do gênero). triste. mas enfim... com o empório rolou mais ou menos a mesma coisa. a diferença é que, além dos emos-indie-posers, rola tb quengas atrás de gringos. a música é razoável, meio cliché, mas tranquilo pra um fim de noite de domingo, algo despretensioso e sem maiores expectativas.
esse papo de música me leva a pensar e tentar entender porque pessoas fazem tantas intrigas, fofocas, têm tanta inveja do próximo e se dizem do bem, e acusam nêgo por aí exatamente dos defeitos que comete. pq, meu deus? pq criar um personagem, se fazer de vítima, querer parecer cool? não guentogente que força a barra, e tá no caminho certo pra isso, o da interpretação. caramba! até ontem nem sabia o que era beulah, nem bjork, nem grandaddy, muiro menos B&S. e ok, todo dia tem gente descobrindo até legião urbana, ainda mais indie-pop. mas achar que é quem mais conhece, que só vc conhece, que se é o rei da cocada preta, e pior, uma pessoa bacana? não entra na minha cabeça tamanha falta de noção, vergonha na cara e consciência de realidade. pensei no que é 'bem' e 'mal', o que leva algo ou alguém a se enquandar em um ou outro grupo, se existe alguém num extremo ou noutro, se a linha é tênue, confusa, se é possível ser total puro - bem ou mal. creio que nêgo não tem idéia das merdas que faz, fala, pensa e sente, e crê - do fundo do coração (e se tem coração?) que tá no caminho certo, fazendo as coisas certas. e daí tolero, mas tenho medo. pq eu deito a cabeça no travesseiro e sempre penso aonde erro, tento consertar, me envergonho das falhas - e todos temos falhas. mas quem assume, mesmo que só pra si mesmo? haha. será? duvido. nêgo se acha, e daí não sobra tempo nem espaço pra nada além de ego super inflado, e críticas e dedos apontados. mas esquecem que quando se aponta um, quatro apontam pra vc. e esquecem do umbigo, de dar uma olhada pra ele, e notar o quanto precisa crescer e ser. não basta querer.

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