Finalmente assisti a um jogo do Brasil nessa Copa. E foi melhor do que eu imaginava, porque o pouco que eu tinha lido detonava o tal do Felipão, tinha até meda de ver o Ronaldinho jogando, pagando mico. E não é que a criatura ainda faz gol direitinho?
Cara, chamei a Cinelândia de Lapa umas mil vezes, devido a miscelânea de transeuntes presentes ontem ali. Tinha um dêjota na praça tocando sambinhas e outras cositas verde e amarelo bem legais, o tal do Xórxe, que tá na moda agora, mais que nunca (desculpa, Kamille), e Caetano, Gil, Fernanda Abreu... Mas no geral, soava bem, dava um clima legal... Se é q vc me entende.
Logo de cara quem eu vejo? Aliás, antes, tenho uma historinha... Preciso confessar algo. Desde sempre eu gosto de ler, e ler tudo, qq coisa, os livrinhos da escola, meus e do Guto, bula de remédio, rótulo de shampoo, jornal, revistas... Nas festinhas em casa de amiga, eu ia pro quarto ler qq coisa. E nessa, comecei a ler sobre música, porque cresci ouvindo de tudo, sendo filha de pais viciados em música, viciada fiquei. E de tanto ler, comecei a escrever, mandar cartas pro povo que escrevia coisas que eu me identificava. E com o tempo comecei a escrever quando eu discordava tb. E com a internet, tudo ficou mais fácil e tals, pq mail é infinitamente mais prático que escrever uma carta a mão, por num envelope, levar no correio. E nego as vezes ainda te responde na hora, um luxo só. Mas essa carta não foi pelo correio e nem por mail. Foi por fax. Eu tava trabalhando, primeiro emprego, amiga de mamã, era um curso de educação a distância e eu ajudava, ganhava uma graninha e era tranq. E mandei o tal fax depois de ler a primeira edição do International Magazine. Um tablóide de música foda, e que trazia uma entrevista bem legal com o Renato Russo, meu ídolo desde sempre. E outro dia, quando fui entrevistar o Los Hermanos, até peguei a entrevista pra reler, pq fiquei intrigada com o que faz uma entrevista dessas ser genial. Entrevista com um cara q já deu todos os tipos de entrevista, escandalosa ou fofinha, e que já falou de tudo. TUDO. E sabe o que é? Eles não editam. A entrevista era grande e mais madura, não falava de nada pra gerar polêmica, podia falar de qq assunto, mas como um amigo fala, sem se chocar e sem querer chocar. É isso!
E eis que nessa troca de fax e cartinhas, fui lá na redação algumas vezes, trocamos fotos de bandas, vídeos. O cara era bem legal, o editor, Marcelo Fróes. Depois alguém me disse q ele ficou estrelinha, mas nunca mais vi nem falei. Tb, ele virou pesquisador musical, começou a lançar em CD uma porrada de fitas esquecidas nas gravadoras, a fazer caixas foda de artistas da MPB, e todo mundo agora cita ele e entrevista direto. OK. Mas nessas idas e vindas acabei conhecendo um carinha que escrevia sobre bandas novas no jornal. Me lembro bem dele com uma camisa do Mickey. Lindo. Claro que eu, do alto dos meus 16, 17 anos, fiquei louca por ele. Levei até minhas amiguinhas pra verem... Hahaha, como adolescentes são patéticas...
Podem dizer, virei Maria caneta. Eu assumo. mas o que que tem???
E a gente sempre se encontrava nas baladas e conversava e tals. Até q ele começou a namorar e a ser blasé nos cumprimentos, até que simplesmente parou de falar comigo.
Até que outro dia na Spin, numa festa do Lariú, com uma bela dor de cotevelo, quem eu vejo? Me deu um puta abraço e não saiu mais de perto. E ele desde então se tornou super receptivo, tipo, dá pra ver a alegria na cara dele quando me vê. E a gente conversa horas, como naquela última vez que nos falamos antes do reencontro, na Loud. A sintonia é bem legal. Mas nunca marcamos nada, a gente simplesmente se esbarra por aí, como ontem. Aliás, ai, ai, foi fofo. Ele me viu e veio correndo, com sorriso de orelha a orelha. Abraço gostoso, e não desgrudamos mais, ficamos abraçados e de mãos dadas all time. Mas nada de beijo. Só na despedida, básico, pra deixar na vontade.
quinta-feira, junho 13, 2002
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