terça-feira, abril 15, 2003

Não sei se é certo ou justo comigo mesma viver sonhando, esperando algo perfeito, que eu só vejo vez ou outra por aí, esbarrando em certos casos, nas entrelinhas de algumas declarações ou suspiros alheios. Ok, nada é perfeito. Mas o que para outros é um caso com falhas e problemas da vida real, pra mim é ideal, a pintura perfeita, sem necessidade de retoques. Talvez só alguns poucos felizardos mereçam essa alegria perene.
Não sei se devo querer mais, sempre mais, ao invés de simplesmente sorrir e agradecer pelo que tenho. Tenho sorte até demais, e a ânsia e o eterno desejo ao mesmo tempo que dão força, certa hora cansam. Por outro lado, existe o tédio de quando alcançamos o que mais desejamos, aquilo sentido e pedido do fundo da alma. Tô confusa. Não por não saber o que quero, mas por não saber o que devo querer realmente. Devo me agarrar as raspas e restos que tenho? Devo buscar sempre mais e descartar o que não é o ideal, ou me contento com o "suficiente"? E se eu simplesmente ficar entediada quando o ideal chegar (se é que ele existe para mim)? Criar "ideais" é a maior besteira do mundo, porque as coisas não são decididas única e exclusivamente por nós. E esse lance de esperar ansiosamente pela festa e ficar desanimado quando ela chega é burrice e vai contra as minhas crenças, mas sentimentos são mais fortes que crenças. Se é pra nadar, nadar e morrer na praia, melhor então ter a certeza da utopia (contradição).

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