terça-feira, fevereiro 13, 2007

estou sem ar. acordei sem ar, e desde então não consigo respirar. a cabeça dói, a barriga dói, estou sufocada. o filme passa incessantemente na cabeça, como quando você bebe e por um minuto encosta a cabeça num canto, de olhos fechados. o mundo gira loucamente, o enjôo vem e é preciso abrir os olhos, levantar e ater-se a realidade, a louca e transtornada realidade.

estou sem ar, e preciso desligar o filme, abrir os olhos e mirar no sol que brilha, na nuvem branquinha do céu azul, pensar que existem tantas pessoas desconhecidas que ainda virei a conhecer, pessoas que me ensinarão, alegrarão, encantarão, e por vezes puxarão o tapete. mas o mundo é grande, criatura. o mundo é grande demais, e gira velozmente. a gente nem percebe, mas ele não pára. e se teima em remar contra a maré, perdendo tempo fazendo força com coisas que deveriam ir com o vento.
"não leve a vida tão a sério", ela diz. n'ão leve as pessoas e as coisas tão a sério. pra que, me diz? tudo passa, tudo acaba. tudo dói e tudo para de doer assim, basta a gente querer."
é?
me ensina?

eu sabia, esqueci, preciso reaprender.

(cansei)

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