sexta-feira, outubro 25, 2002

"E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração.
E quem irá dizer que não existe razão?"
No Rio Fanzine de hoje (muito legal):

Malhação punk
(Carlos Albuquerque)

Overão vem aí e você, lépido fanzineiro, quer ficar em forma para fugir dos arrastões. Você também quer ter bastante fôlego para quando rolar o boato de que os traficantes mandaram as pessoas pararem de respirar. Mas como queimar aquelas cervejas que desceram macias no meio da noite e aqueles salgadinhos que foram devorados na larica da madrugada?

Como, paizinho do céu, ficar saradão se você tem horrendos pesadelos imaginando-se no meio de uma aula de lambaeróbica, ao som do Chiclete com Banana, remexendo o popozão, com o dedinho indicador na boca e gritando “Aê, aê, aô, ô, ô, aê, uô, uô”?

Acalmai-vos, crianças alternativas. Nem tudo está perdido na terra de Little Rose e Little Boy. Esqueça o ABtronics. A salvação para o seu corpo existe! E seu nome é PRA.

A sigla significa punk rock aerobics, aeróbica punk, e é o último grito primal em matéria de preparação física. Como indica o nome, trata-se de uma aula de ginástica nada convencional, ministrada ao som de punk rock e que, no lugar de pesos, utiliza tijolos. Isso mesmo, tijolos.

A parada foi criada por duas maluquetes de Boston — Hilken Mancini e Maura Jasper — já se espalhou por Nova York e, se Deus e Joey Ramone quiserem, vai tomar conta do mundo.

— Tivemos a idéia após uma conversa de bar — conta Mancini ao RF. — Estávamos ouvindo Buzzcocks e pensando como seria legal se pudéssemos fazer ginástica ao som de punk rock. No dia seguinte, passada a ressaca, começamos a correr atrás disso.

E correram mesmo. O passado não as condenava. Mancini tem uma banda, a Fuzz, na qual canta e toca guitarra. Ela também estudou dança. Jasper é desenhista e fazia capas de disco. Mas, em determinado momento, viram-se desempregadas e, tal e qual os Sex Pistols, sem futuro, “no fuuuuuture”. Daí para o PRA foi um passo. Ou melhor, vários passinhos.

Mancini levou a idéia ao Aerobics and Fitness Association of America e rapidamente conseguiu o certificado para dar aulas:

— Não disse que era aeróbica punk. E eles nem quiseram saber. Então, ficou tudo bem.

Feito isso, a dupla começou a juntar músicas — Ramones, Pistols e pioneiros do barulho como Who e Iggy Pop — para a trilha sonora. Movimentos foram copiados livremente, tanto da famosa rodada de braço de Pete Townshend como de áreas nem tão punks assim, como as danças de John Travolta em “Grease”.

— O que queríamos era criar uma aula em que as pessoas se divertissem e não levassem as coisas tão a sério — diz ela.

E assim foi. Depois dos primeiros testes, a aula inaugural, em abril do ano passado, atraiu cerca de dez alunos. Cada um pagou US$ 7 pela malhação punk.

— Cheguei a pensar em emoldurar meus primeiros dólares como professora de aeróbica punk — garante ela.

Daí em diante, a coisa pegou. Mais alunos começaram a aparecer nas aulas, todos atraídos pela estética punk dos exercícios, contados sempre a partir do “um, dois, três” e nada mais.

— Nossas aulas ficam cheias de pessoas que não gostam de academias tradicionais nem dos modelos de beleza divulgados por elas — diz Mancini. — Temos alunos gordos, magros e até com cabelo moicano (risos).

E quanto aos tijolos?

— Não tínhamos dinheiro para comprar equipamentos caros. Por isso, usamos os tijolos. Eles têm a mesma função dos pesos e são mais baratos — diz Mancini, que costuma sair para beber com os alunos após as aulas.

No verão (americano), a dupla também deu aulas em Nova York, em local mais do que apropriado, o lendário clube CBGB. Alguns astros do rock alternativo, como Jay Mascis (do Dinosaur Jr) e Evan Dando (do Lemonheads), já participaram das aulas, tocando ao vivo para animar as coreografias. Um luxo punk só.

E esqueça Jane Fonda. Os próximos planos de Mancini e Jasper incluem um vídeo com os ensinamentos da aeróbica punk. Preparem os tijolos.

quinta-feira, outubro 24, 2002

Eu não estou triste.
Eu estou com fome (ah, é, não disse, mas o lance de viver de luz tá funcionando, só que dá uma fome danada), com sono e entediada.
Eu ando sem a menor criatividade para escrever.
Mas eu estou feliz.
E preciso mais que tudo nesse mundo que chegue o fim-de-semana. E que o mundo pare, que a Terra pare, que tudo pare. Para sempre. Ou pule direto para a próxima quinta-feira.

domingo, outubro 20, 2002

I wanna be sedated.
Eu não sei esperar.
Eu não sei não saber.
Mas eu nunca vou saber ao certo.
Mesmo sabendo, não dá pra saber de verdade.
É isso aí.
Ontem fui na Sister Moon com o povo da faculdade e bem gostei. Na verdade, o melhor foi quando o Jesse entrou, porque antes tava um saco ouvir aquelas musiquinhas da rádio Cidade e aquele bando de preibói cantando e fazendo "uh-uh", em coro, como primatas, como disse o Tiago. Um horror. Mas o Jesse salvou. E ele tocou Housemartins, e a pista esvaziou. mas eu fiquei lá, sozinha, de olhos fechados, dançando. Bom.
O tunel Rebouças, quando se está dirigindo, causa uma sensação de tédio tremenda, porque é imenso e monótono. Tédio dá sono. Logo, ele representa um grande problema na minha vida, porque eu sempre fico lutando contra o sono ali dentro. Ainda mais que depois das baladas, eu tô sempre morta de sono. Aliás, antes também.