sábado, outubro 25, 2003

Minha lombriga Lulu (em homenagem a minha prima, cuja lombriga se chama Jujuba) estava com desejos e fui alimentá-la. Saí pra bater papo com meu amigo querido, o Saraiva, e aproveitei pra comer empadinha de queijo e tomar sorvete de menta, meu favorito. Tá quente pra porra aqui, e me dá uma lerdeza... Vontade de dormir até não poder mais.

Nada a ver, mas lembrei. Todo dia de manhã quando vou pegar os jornais na porta antes de ir para o estágio, o moço da padaria aqui do lado vai pra porta e fica me olhando. E de noite, quando vou pra escola, digo, faculdade, o menino da banca de jornais da esquina faz o mesmo. Resolvi então montar uma enquete, tipo, com qual dos dois ficar. E aí? Minha mãe diz que o padeiro é legal porque ela não precisaria mais comprar pães. Eu já acho melhor o jornaleiro, porque revistas estão caras e eu teria sempre a Fotografe, a Zero, a Rock Press, além dos jornais... E aí, o que vcs acham?


(ouvindo Maria Bacana, banda baiana que eu adoro desde sempre. Lançaram um único CD em 96, que eu sei de cor e salteado, e ouço sempre. Me traz várias lembranças, ouvi-lo é reviver com o coração várias coisas (aliás, que comentário brega, Deus é mais!)).

quinta-feira, outubro 23, 2003

UPDATE
Esquece. Melhor nem saber.
Sempre passa mesmo.
Tem que.
Chuva torrencial na cidade e casaco a mão novamente. Confesso que adoro esse friozinho, dá um charme a cidade, além de ser agradável. Mas ok, é meio triste, triste como eu.
Ontem conversei bastante, fiquei tonta com a caipirinha (acho até que falei merda) e estou muito cansada por ir dormir tarde mais uma vez, depois de dias e dias dormindo mal, dormindo pouco. Claro que valeu, mas o problema de junta se agrava. Num dia é estômago, noutro é coluna. Preciso de uma massagem, pelamordedeus!

Cansei da faculdade, cansei mesmo. Acho que mudei de jornalismo para turismo, porque mal tenho aparecido por lá, me aproveitando também dos professores que não fazem chamada. Cansei da cara das pessoas de mente vazia, das meninas que falam de forma afetada e se equilibram em saltos dragqueenescos. Cansei das bandas que tocam na hora do "recreio", que agridem meus ouvidos e testam a minha paciência copiando o que já é ruim. Ontem rolou um showzinho de um troço igual a esses CPM22 e Detonautas da vida. O que era aquilo? Deus é mais, eu não mereço. Claro que os playboys adoraram, é só o que tem lá mesmo. Playboys e modistas. Argh.

Cansei. Cansei da minha cara no espelho, cansei de ter que pintar os cabelos, cortar as unhas, de ter que esperar pelos meus sonhos enquanto o tempo passa. Aliás, ele corre.

quarta-feira, outubro 22, 2003

Parem de achar que tudo o que escrevo quer literalmente dizer algo. As vezes não é bem assim. Ou não. Hehe. Eu aumento, eu invento, eu distorço, eu emendo, completo. Eu as vezes até descrevo literalmente. Adivinhe quem puder e quiser.

Samba do grande amor
Chico Buarque/1983
Para o filme Para viver um grande amor, de Miguel Faria Jr.

Tinha cá pra mim
Que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor
Mentira
Me atirei assim
De trampolim
Fui até o fim um amador
Passava um verão
A água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor
Mentira
Eu botava a mão
No fogo então
Com meu coração de fiador

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira

Fui muito fiel
Comprei anel
Botei no papel o grande amor

Mentira
Reservei hotel
Sarapatel
E lua-de-mel em Salvador
Fui rezar na Sé
Pra São José
Que eu levava fé no grande amor
Mentira
Fiz promessa até
Pra Oxumaré
De subir a pé o Redentor

Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira


(acabo de ouvir no rádio)
Mas é doce morrer neste mar de lembrar
E nunca esquecer
Se eu tivesse mais alma pra dar
Eu daria, isto pra mim é viver


terça-feira, outubro 21, 2003

Perguntei a ela o porquê do silêncio.

- Tá faltando alguma coisa.

Não entendi.

- Me falta algo, algo que não fiz, que deixei passar, que perdi, não sei bem.

Eu sei.

segunda-feira, outubro 20, 2003

A sensação é a de que algo foi esquecido, então procuro nos bolsos o que me falta, mas está tudo ali. Há alguns minutos passeávamos naquele lugar tranquilo, comendo pastel, tomando sorvete e dando risadas em meio a paradas para fotos. A chuva finalmente deu trégua e o sol sorriu nesses últimos momentos, parece que tentando se redimir por ter se escondido nos últimos dias. Tudo isso soa um tanto quanto irônico agora, daqui de cima, longe de tudo, visto de fora como num filme, como se os personagens fossem outros que não eu e você. E o vazio? O vazio é inevitável, eu sabia dele desde o início e mesmo assim arrisquei e não me arrependo. Alegria com prazo de validade. Venceu hoje.