sexta-feira, agosto 22, 2003

Um verme sem cérebro e que rasteja na lama é mais parecido com os seres humanos do que se poderia imaginar à primeira vista.

Hummm... Como os ingleses são ingênuos... Precisava dizer?
*in love*
Obs .: O Sid Vicious agora é meu wallpaper, como não podia deixar de ser, depois que descobri essa foto na casa da Helena, hoje a tarde.
(PS.: Eu ia por link, mas amanhã ponho no fotolog. Ele merece.)

UPDATE: Tá .
Eu sabia que tinha ficado mal resolvido, era óbvio. E eu saí da história como alguém volúvel e que não sabe o que quer. Não que eu seja assim, mas foi como agi, sem dúvida. E isso me incomodou todos esses anos, assim como a outra história que, ainda bem, foi resolvida, se é que era possível. Mas enfim... Só que esse pedaço ficou incompleto, largado num limbo de memória e de vida, como que esperando um reencontro para um final qualquer. E eu não tinha como achá-lo, cigano que é, podia estar em qualquer lugar, tanto no bar aqui do lado quanto no Japão, sei lá. Procurei na internet, procurei telefones, endereços, emails, qualquer sinal, e nada. "Page not found" foi o máximo que eu cheguei. Mas algo me disse que qualquer dia, numa hora e local menos esperados a gente ia se esbarrar, como da última vez, quando trocamos poucas palavras. E o encontro foi da forma esperada, quinta-feira a tarde, num boteco de Copa e um "psiu". Boca aberta. A mesma cara, o mesmo jeito, o mesmo cheiro. Você continua o mesmo, e eu não sei até que ponto isso é bom. Mas sem dúvida foi maravilhoso te ver, foi bom te abraçar, fico feliz que você tenha me chamado, fico feliz que não me odeie. Eu odiaria. Ou não, mas seria esquisita, coisa que você não foi, não dessa vez. E trocamos mais que dois dedos de prosa, trocamos olhares. E eu me sinto tão culpada, porque eu lembro daquela carta e daquela música, de tudo o que foi dito e, mais ainda, de tudo que foi sentido e vivido em poucos dias. E você deu tudo o que podia, se deu pra mim, e eu, infantil e fragilizada, me senti lisonjeada mas não soube o que fazer com o seu coração, nas minhas mãos. E depois dos dias mais intensos e bem vividos da minha vida, caí fora, voltando pro inferno de antes. Não me arrependo, só lamento ter sido tão boba.

quarta-feira, agosto 20, 2003

"Não precisa me lembrar
Não vou fugir de nada
Sinto muito se não fui feito um sonho seu
Mas sempre fica alguma coisa
Alguma roupa pra buscar
Eu posso afastar a mesa quando você precisar
Sei que amores imperfeitos
São as flores da estação
Eu não quero ver você
Passar a noite em claro
Sinto muito se não fui seu mais raro amor
E quando o dia terminar
E quando o sol se inclinar
Eu posso pôr uma toalha e te servir o jantar
Sei que amores imperfeitos
São as flores da estação
Mentira se eu disser que não penso mais em você
Quantas páginas o amor já mereceu
Os filósofos não dizem nada que eu não possa dizer
Quantos versos sobre nós eu já guardei
Deixa a luz daquela sala acesa
E me peça pra voltar
Não precisa me lembrar
Não vou fugir de nada
Sinto muito se não fui feito um sonho seu
Sei que amores imperfeitos
São as flores da estação
Mentira se eu disser que não penso mais em você
Quantas páginas o amor já mereceu
Os filósofos não dizem nada que eu não possa dizer
Quantos versos sobre nós eu já guardei
Deixa a luz daquela sala acesa
E me peça pra voltar
Sei que amores imperfeitos
São as flores da estação"
Cheguei agora da faculdade e a minha mãe vem me dizer que o Márcio José, aquele cantor brega dos áureos tempos da música brega foi no programa do Ratinho (sim, ela vê e cantou o clássico dele, "O telefone chora". E eu perdi. Droga, droga, tô frustrada.

Aliás, falando em música brega, o Los Hermanos gravou uma do Odair José (aquele do hit "Pare de tomar a pílula"), "Vou tirar você desse lugar". A temática das´letras é foda. Essa fala do cara que se apaixona pela puta. Sensacional. Ah, o cover é pro filme do Casseta e Planeta.
Eu queria ser indiferente. Ser indiferente a todos eles que me fazem perder meu pensamento, meu sono e meu humor joselito. Indiferente aos que me fazer chorar e sofrer e gastar horas de papo e saliva lembrando e falando deles. Queria ser indiferente a morte dele, que ainda me faz sofrer como naquele dia. Ser indiferente a indiferença e aos maus tratos das pessoas a minha volta. Coitadas, nem sabem o que fazem, porque fazem... Só queria ter emoção para a dor alheia, a suplica dos que precisam de ajuda. Nada mais me afetaria, só os corações amigos que padecem de qualquer mal. Por esses eu correria, choraria, falaria e calaria. Perderia o sono e daria meu tempo e meu ouvido e meus ombros para qualquer lamento, qualquer dor. Seria mais útil ser indiferente a todas essas bobagens e mesquinharias que me atingem e ter sentimentos apenas para os outros. Mas não dá, A indiferença está muito além da dor e do ódio. O ódio não me atinge, mas o amor não me larga, nunca. E eu ainda "hei de morrer de amar mais do que pude", como já dizia o poeta.

terça-feira, agosto 19, 2003

Menininha do meu coração
Eu só quero você a três palmos do chão
Menininha, não cresça mais não
Fique pequinininha na minha canção
Senhorinha levada batendo palminha
Fingindo assustada do bicho-papão
Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim começando a viver
Fique assim, meu amor, sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim
E você vai sofrer de repente uma desilusão
Porque a vida é somente seu bicho-papão
Fique assim, fique assim, sempre assim
E se lembre de mim pelas coisas que eu dei
E também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim de tudo que eu amei


(Toquinho e Vinícius de Moraes)

Essa é daquelas que papai e mamãe cantavam quando eu era pequena. Eu até consigo ouvir a voz dele cantando pra mim...
:~~~

segunda-feira, agosto 18, 2003

Fui na Americanas com a Fabi comprar creme pro cabelo, terminei comprando chocolate e "A Arca de Noé", que estava num preço tentador. Amei.
Eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer, e ainda assim senti profundamente o fato. Eu não te amo, nunca te amei, e nem quero mais estar com você. Porque então fico triste por saber que você tem uma outra pessoa agora? Por egoísmo, por ego talvez. Eu assumo isso tudo aqui não pra você nem pra ninguém que não seja eu mesma. E estou triste, estou triste porque não deu certo, porque você mudou, e quando eu estava quase bem você voltou e remexeu com tudo, me confundindo. Daí eu cedi, mas com pé atrás, e em momento algum você parou pra pensar em como eu estava me sentindo com aquilo tudo, com aquela nova condição. E você não insistiu, não pediu desculpas, simplesmente abriu mão em troca de algo mais fácil. Você não me quer, nunca me quis, eu era apenas o oitavo passageiro, o alien, mais um número na sua vida sentimental. E fui facilmente substituída, trocada por outra que topasse ocupar meu lugar. Não importa a cara que tem, não importa o que pensa, basta apenas ser gentil e querer ocupar o posto. Porque eu fico triste então? Nem de longe quero ser artigo indefinido na vida de alguém. Eu sempre afirmo que quero mais, e termino me contentando com pouco. Chega disso, eu quero lealdade, amizade, carinho e atenção mútuos. Não quero quem não me quer, quem não está preso por vontade. Enfim, foda-se então. E chega de chorar e lamantar por qualquer coisa, por qualquer um. Não merece.
One day maybe we will dance again
Under fiery skies
One day maybe you will love again
Love that never dies

One day maybe you will see the land
Touch skin with sand
You've been swimming in the lonely sea
With no company

Oh, don't you want to find?
Can't you hear this beauty in life?
The roads, the highs, breaking up your life
Can't you hear this beauty in life?

One day maybe you will cry again
Just like a child
You've gotta tie yourself to the mast my friend
And the storm will end

Oh, don't you want to find?
Can't you hear this beauty in life?
The times, the highs, breaking up your mind
Can't you hear this beauty in life?

Oh, you're too afraid to touch
Too afraid you'll like it too much
The roads, the times, breaking up your mind
Can't you hear this beauty in life?

One day maybe I will dance again
One day maybe I will love again
One day maybe we will dance again
You know you've gotta
Tie yourself to the mast my friend
And the storm will end
One day maybe you will love again
You've gotta tie yourself to the mast my friend
And the storm will end
Ah, almocei num japa hoje, e andei na praia de Copacabana e tomei água de côco. E chorei também, mas foi depois.

Certas coisas nunca mudam.
Pois é, é aquela veeeelha história, "Yes, there's love if you want it don't sound like no sonnet, my lord"
Me chamaram de clubber hoje, de novo. Pode?

domingo, agosto 17, 2003

Preciso dar um reset na minha vida.
/me ouvindo Stereophonics, me animou um pouco. Mas o coração cheio e sem possibilidades de bombar essas emoções que quase transbordam deixam a vida tão triste... E não, ao contrário do que você pensa, querida amiga, movimentação e pessoas que vêm e vão não preenchem grandes espaços. Claro que é melhor que viver de rotina e sem novidades, mas o vazio é quase o mesmo. E "quase" é uma droga, não é algo nem deixa de ser. Blerght. É isso.
Antigamente eu achava que Deus ia ter piedade da minha tristeza e das minhas ânsias, desejos, sonhos e utopias e ia resolver meus maiores problemas. Tsc, tsc, estava enganada; o marasmo e os planos ficam vagando pelo limbo até quando Ele resolve dar uma definição. E eu não sei como isso funciona, porque acontece dessa forma, e isso me faz viver eternamente confusa. A vida bem podia ser só um pouquinho menos complicada.
Teve uma época que eu acreditava que aquele era um amor único, a pessoa mais interessante do mundo, e que nada nem ninguém nunca mais chegaria a seus pés, que se eu o perdesse, jamais gostaria sequer de alguém. Amor então... Mas daí ele se foi, e eu descobri que existem milhares de pessoas interessantes - e até mais interessantes que ele. Pessoas únicas, amores únicos, como também não podia deixar de ser. Eu sei que ninguém é igual a ninguém, mesmo parecidos, cada um tem uma coisinha, um gosto, um cheiro, uma alegria e uma dor que ninguém mais tem. E isso te faz interessante e especial. Talvez só pra mim, ou só praquele outro, mas especial, e pessoas assim tinham que ficar a vida inteira com a gente, sempre rondando, sempre por perto, pra acalmar o coração, pra nos fazer sorrir mais vezes.
Porque eu não sei lidar com a perda de pessoas únicas e especiais. Eu aprendi a ter tudo o que eu sempre quis, só não aprendi a perder. Eu guardo caixas e mais caixas de quinquilharias que ficam há tempos acomodadas num canto, mas eu sei que elas estão ali pra quando eu precisar. O que eu não suportaria seria simplesmente ter que me desfazer, perder aquilo tudo. Ah, e pra que que eu tô dizendo isso tudo mesmo? Acho que pra falar dos amores especiais e únicos, que aparecem e somem com a mesma rapidez, que num piscar de olhos vão embora sem dar nem um tchauzinho sequer. E eu sei disso, por isso a cada encontro eu imagino uma despedida e aproveito como se fosse a última vez, o último dia. Por que algum dia há de ser. Eu queria ser capaz de me apaixonar sempre e por qualquer um que também se apaixonasse por mim. Primeiro ele, depois eu, só por garantia. Mas não, eu sou sempre a apressada que toma a frente, que joga o coração no meio da rua, pulando afobado e sendo atropelado logo em seguida. E daí o fulano se vai, e junto com ele todos os papos intermináveis e deliciosos, e todos os sinais de vida. Tudo some, sei lá porque. Que mal eu fiz, aonde eu errei? Eu não sei, preciso descobrir o quanto antes, preciso aprender a viver, achar o manual dessa coisas complicada que é conviver com pessoas. Hoje eu conheci alguém, ontem eu encontrei outro alguém, e anteontem também. Sempre aparecem pessoas novas na minha vida, bom papo, boa companhia, pessoas únicas e especiais, até interessantes, mas por nenhuma delas o meu coração idiota saiu doido correndo e pulando, se jogando no meio da rua debaixo de um carro desgovernado como ele. Meu coração é sensato, ele só se joga quando tem certeza de que eu vou me ferrar. E dessa vez ele exagerou, a coisa não passou tão rápido como de praxe, como eu esperava, e dói, e incomoda, e daí que eu vou atrás, porque não sei viver esperando e na incerteza, mas nada acontece e só me resta ter paciência, já que não consigo esquecer. E essa coisa que fica aqui dentro tá sempre acordada, incomoda pra não me deixar esquecer um minuto sequer. As pessoas bem que podiam ser substituíveis, seria bom se a gente pudesse trocar de amor como se troca o pneu furado do carro. Não me quer, não deu certo, liga pra assistência técnica e substitui, fácil assim, e prático, mas não. Aparece outro, e mais outro, mas aquele não sai da cabeça e do peito. Engraçado que qualquer sinal de vida faz diferença, um sinal de fumaça, um simples telefonema ou um "oi" virtual já me fariam um pouquinho mais feliz. Mas não, nada. Eu quero querer esquecer, me afastar, não mais tentar. Mas daí eu deixo de ser eu. Eu só deixo de querer e de tentar quando não quero mais. E eu ainda quero, ô se quero. Mas queria não mais esperar um sinal seu.