quarta-feira, agosto 20, 2003

Eu queria ser indiferente. Ser indiferente a todos eles que me fazem perder meu pensamento, meu sono e meu humor joselito. Indiferente aos que me fazer chorar e sofrer e gastar horas de papo e saliva lembrando e falando deles. Queria ser indiferente a morte dele, que ainda me faz sofrer como naquele dia. Ser indiferente a indiferença e aos maus tratos das pessoas a minha volta. Coitadas, nem sabem o que fazem, porque fazem... Só queria ter emoção para a dor alheia, a suplica dos que precisam de ajuda. Nada mais me afetaria, só os corações amigos que padecem de qualquer mal. Por esses eu correria, choraria, falaria e calaria. Perderia o sono e daria meu tempo e meu ouvido e meus ombros para qualquer lamento, qualquer dor. Seria mais útil ser indiferente a todas essas bobagens e mesquinharias que me atingem e ter sentimentos apenas para os outros. Mas não dá, A indiferença está muito além da dor e do ódio. O ódio não me atinge, mas o amor não me larga, nunca. E eu ainda "hei de morrer de amar mais do que pude", como já dizia o poeta.

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