sábado, agosto 10, 2002

"Uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravo! Superpiruetas, outras piruetas, bravo, bravo! Sobe sobre a arquibancada e tomba de nariz e a moçada vai pedir bis" ... "O intervalo tem cheirinho de macarrão, e a barriga ronca mais do que um trovão..." ... "Olha o público cansado de esperar, e o espetáculo não pode parar"

Acho que esse foi o filme que eu mais vi na vida. Me mandaram esse mp3 por acaso dia desses, deu mó aperto no peito.

"I've been losing my mind, wastin' my time..."
(Wilco - Say you miss me)
Quem será que inventou aula sábado de manhã? Lógica e psicologia, tô ferrada. Melhor nem ir deitar, porque senão não acordo por nada (foi isso o que eu quis dizer com ser "boa de cama").

Hoje, mais uma vez, tô com aquela sensação de que os escrotos sempre se dão bem e os bonzinhos serão eternamente panacas e a escória do mundo. Por quê será?

As vezes a ficha demora a cair. Você precisa ver, viver, cair, levantar, pra daí se dar conta de tudo o que aconteceu, como se estivesse entorpecido durante o processo. E de repente o filme passa todo na sua frente, com a ajuda de uns adicionais no final e - tcharan - você acorda pra realidade. Depois do tapa na cara, uma dor feladaputa toma conta, mas logo, logo ela passa (ou você se acostuma com ela). É, queridinha, o mundo é cruel e anda deveras demodé se preocupar com algo além do que você vê no espelho. Acho que tô no planeta errado.

sexta-feira, agosto 09, 2002

Eu não sou nada indie. Indies não ouvem uma banda no dia do show. Indies são blasés. E eu tô ouvindo Guilherme Arantes no repeat, porque hoje eu vou ao show com a vódega, er, quero dizer, Kamille. É, eu sou brega. E ainda me empolguei e comecei a escrever a matéria sobre brega pro Ruídos. O legal é que o Luc deu a maior força, aliás, a idéia foi dele. É bom pro ecletismo do site. E acho que tá ficando bem interessante, tá sendo divertido pesquisar nos sites. A grande maioria é em midi, então rola uma musiquinha instrumental na abertura, bem tosco mesmo. E comentários melosos dos fãs, uns textos horrorosos, dá medo. Me faz rir.
Mas voltando ao Guilherme Arantes, vai ser legal, ele faz parte da minha vida, todo mundo conhece as músicas dele, e eu acho que vou cantar tudo. Me lembro de uma festa de fim de ano da IBM que teve show dele e eu fui pedir autógrafo. Eu era muito pirralha, isso deve fazer zilênios. E uma vez um ex me mandou essa letra aqui. Podem rir. E zoar também, pra isso serve o sistema de comentários.
(Deus é mais, o homi tá acabado...)


Êxtase
Eu nem sonhava te amar dêsse jeito
hoje nasceu novo sol no meu peito
quero acordar te sentindo ao meu lado
viver o êxtase de ser amado
espero que a música que eu canto agora
possa expressar o meu súbito amor (com muita ênfase)
Com sua ajuda tranquila e serena
vou aprendendo que amar vale a pena
que essa amizade é tão gratificante
que esse diálogo é muito importante
espero que a música que eu canto agora
possa expressar o meu súbito amor.
-vc tem cara de quem acorda cedo.

-Só a cara. E de onde vem essa idéia?

-sei lá.

-eu sou boa de cama.

-Eu sei.
Papo com ex as vezes faz bem...

quinta-feira, agosto 08, 2002

Estou/sou EMO sim, e daí? Não gostou? Olha a vovó lá embaixo...

ARGH
-vc nao é muito de desistir não, ao que parece

-não sou mesmo.

-e dá certo?

-não.

-mas eu acredito nisso.
Aliás, não sei porque eu acredito em coisas que nunca vi, acredito em Deus, Papai Noel e acredito no Amor. Mas é algo mais forte e quando eu tento largar de mão, a coisa vem e me puxa, como que se o meu caminho fosse esse mesmo, o de ter fé nas coisas, de insistir de todas as formas, batalhar até o final, até ver que não dá mesmo. Pelo menos fica a sensação de ter tentado, de ter feito o impossível. Arrependimento, pra mim, só vale para o que eu não fiz.
Eu esperneio, grito e chingo mas sou que nem bicho quando toma injeção de calmante: rapidinho fico mansa. Eu não guardo raiva nem mágoas, tudo passa, e em algumas vezes, só a tristeza fica. Essa aí não arreda pé tão fácil, não. Eu agora tô me sentindo dramática e exagerada, mas cada um sabe de si, "cada um sabe onde o sapato aperta", já dizia minha mãe, ou, como diz o chato do Caetano, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Por isso foi-se o tempo que eu julgava dor de alguém. Só espero que a coisa não vire contra mim, porque todo o mundo tem o direito de reagir quanto a tudo, mas na minha vez sempre me arrumam um defeito. E porra, não tem como... A não ser pelo fato d'eu falar demais. E não é pra provar nada, não é pra convencer, não sei qual o motivo. É indignação, acho. Acontece que na hora eu não fiz nada e agora passou. E eu não queria que passasse, eu queria continuar sentindo uma raivinha, uma magoazinha, só pra não deixar acontecer de novo. Se bem que ainda sinto o mesmo peso nas costas. E dói pensar no que anda sendo dito de mim, porque eu me importo sim. Não devia, mas me importo. Na verdade, cansei de cair, cansei de ser reserva, estepe, aquela que fica guardada ali pra quando se quiser usar. Não mereço depender tanto assim de ninguém. Mas a culpa é minha. E eu relutei tanto pra assumir o nome do que eu sinto, que agora até isso me incomoda. Porque pra eu me importar tanto, pra doer, tem que ter nome bonito? Então podem decidir por mim, porque agora não faz mais diferença. Por ser gato escaldado eu queria que fosse um pesadelo. Queria acordar e encontrar tudo bem. Mas não tem como... Aí eu lembro da Dialética e dá vontade de chorar.
PS. Brigada pelo saco dos amigos, e discurpa.
Atendendo a pedidos:

Prometemos não Chorar
Não, nós prometemos não chorar
Talvez seja esta a última vez em que tomamos café juntos
E talvez seja a última vez em que nos vemos
Portanto, procure me entender
Por favor
Como derradeira lembrança sua
Eu quero um sorriso
Eu quero um sorriso seu como última lembrança
Por favor, não chore, não chore

Lembra a tarde em que nos conhecemos?
Foi lindo conhecer você
E mais bonito ainda o que aconteceu entre nós
Mas já passou
Já passou
Agora é preciso que nos separemos
E devemos seguir sem nenhum rancor
O nosso amor estava se transformando somente em rotina
E amor
O amor é uma outra coisa
O amor tem que ser alimentado todos os dias com pequenas coisas
Com pequenas coisas que nós já não temos
(o seu café está esfriando)
Nenhum de nós é culpado
Nenhum de nós
Cuidado, o garçom está vindo aí
E os outros estão olhando
Por favor, por favor, não chore mais, não chore

"Eu te amo, te quero, te amo"

Não, você se acostumou a mim
O amor é uma outra coisa

Agora eu vou indo
Eu vou embora
É o melhor para nós
Eu quero que você tenha sorte, muita sorte
E que seja muito feliz
Adeus
Adeus

"Eu te amo, te amo, te amo..."

Tchau
Tchau
Tchau
O Rafa e o Fred me mandaram isso por mail, e ficaram discutindo quem era viadinho por achar fofo... Ainda bem que eu sou menina.

O QUE É O AMOR?
Foi tema de pesquisa feita por profissionais de educação e
psicologia a um grupo de crianças entre 4 e 8 anos.
Respostas:
"Amor é quando alguém te magoa, e você, mesmo muito magoado,
não grita, porque sabe que isso fere seus sentimentos" -
Mathew, 6 anos
"Quando minha avó pegou artrite, ela não podia se
debrucar para pintar as unhas dos dedos do pé. Meu avô,
desde então, pinta as unhas para ela. Mesmo quando ele tem
artrite" - Rebecca, 8 anos
"Amor é quando uma menina coloca perfume e o menino coloca
Loção após-barba, e eles saem juntos e se cheiram" - Karl, 5
Anos
“Eu sei que minha irmã mais velha me ama, porque ela me dá
Todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar
Outras" - Lauren, 4 anos
"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito
Amigos, mesmo se conhecendo há muito tempo" - Tommy, 6 anos
"Quando alguém te ama, a forma de falar seu nome é
diferente" - Billy, 4 anos
"Amor é quando você sai para comer e oferece suas batatinhas
fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as
batatinhas dela" - Krissy, 6 anos
"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um
gole antes, para ter certeza que está do gosto dele" -
Danny, 6 anos
"Se você quer aprender a amar melhor, você deve começar com
um amigo que você não gosta" - Nikka 6 anos.
"Há dois tipos de amor, o nosso amor e o amor de Deus, mas o
amor de deus junta os dois" - Jenny, 4 anos
"Amor é quando mamãe vê o papai suado e mal cheiroso e ainda
Fala que ele é mais bonito que o Robert Redford" - Chris, 8 anos
"Durante minha apresentacão de piano, eu vi meu pai na
platéia me acenando e sorrindo. Era a única pessoa fazendo
isso, e eu já não sentia medo" - Cindy, 8 anos
"Amor é quando você fala para um garoto que linda camisa ele
está vestindo, e ele a veste todo dia" - Noelle, 7 anos
"Quando você ama alguém, seus olhos sobem e descem, e
pequenas estrelas saem de você" - Karen, 7 anos
"Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo depois
que você deixa ele sozinho o dia inteiro" - Mary Ann, 4 anos

quarta-feira, agosto 07, 2002

"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo derrotados
Pra essas sementes mal plantadas
Que já nascem com caras de abortadas
Pra pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo
Que não tem
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas mini-certezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar,
Fica esperando alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar os blues
Com o pastor e o bumbo na praça
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem"
"...I'm so tired, I don't know what to do..."
"And in the end the love you take is equal to the love you make"

terça-feira, agosto 06, 2002

Pessoas, me façam um favor: ao invés de só comentarem o blog no icq, usem o sistema de comentários, é pra isso que serve.
Se preferirem, inventem nicks (algo pré combinado, claro, para que eu entenda), mas comentem aqui também.
Gracias.
"Você vai me perder pro mundo e eu vou te perder também. A gente vai continuar vivendo. E a gente vai se perder pra alguém e a gente vai perder alguém mais. E vai aprender que isso é o que torna a vida o absurdo mais apaixonante. É como ter certeza da morte: a única certeza é a perda".

segunda-feira, agosto 05, 2002

Recebi hoje um mail de um grande amigo meu de SP, que eu não vejo faz tempo... Ele me mandou umas fotos muito antigas, adorei.

Decida
Ou desce ou dá
Ou desce ou cai
Ou racha ou vai
Ou fode ou sai
É só ou mais
Ou pode ou quer
Ou é ou não
Ou vem ou tiau
Ou sim ou fim
A fim ou não
Ou fica ou sai
Não quer ou quer
Ou vem ou nem
Ou sim ou sai
Ou deixa ou tá
Ou desce ou dá
Decida
Ou desce ou desce
Ou dá ou dá
Decida
É agora ou já
É agora ou já
É agora ou já
É agora ou já
Hoje eu tõ muito Seu Saraiva.
Eu tenho que parar de me lamentar e de ficar choramingando pelos cantos e ficar fazendo draminha para meus amiguinhos sentirem peninha de mim. Que palhaçada! Tá, parei, mas me dê uma última chance, meu último lamúrio.
Eu não 'güento mais as coisas dando errado e sempre da mesma forma. Os problemas nem mudam, as criaturas erradas e seus problemas tambem não. ARGH. Tô cansada de tudo ser sempre igual. Preciso de dias novos, pessoas novas, fatos novos. Preciso me empolgar de novo com a faculdade, preciso de um estágio, preciso de grana, preciso que minha mãe me diga algo de bom. Preciso de carinho, preciso de um alguém que não seja enrolado e muito menos pelos problemas de sempre. Preciso que meus amigos, todos eles, me liguem. Preciso ir ao cinema e andar na praia, subir nas pedras do Arpoador e ter um colo pra deitar. Preciso não mais chorar, eu quero gargalhar, quero falar besteiras e rir de chorar. Ou chorar de rir. Enfim. Quero correr na areia até me estabacar e ficar por ali mesmo, admirando o céu, numa tarde fria de inverno. Eu preciso.
Caralha! Que emoção! Here Comes Your Man com Teenage Fanclub na Fluminense!
:~~
A vódega tá bebum. Hahaha.

domingo, agosto 04, 2002

"Eu vim andando, vagando, vagabundeando
Pelas ruas da cidade
Eu vim chorando, sorrindo, não quero entender
O porque dessa dor que me invade

Certas manhãs ou à tarde
Todas as noites ela vem e me arde
Na madrugada de sol desse quarto de hotel..."
Instável, inconstante, indeciso. In mais o quê? Independente também, incompassível? Será que ao invés de só não ser, você não podia variar um pouco e ser alguma coisa? Se decidir, se entregar. Ser carinhoso e meigo não dói não. Basta dar o primeiro passo. É melhor que viver cheio de medo e fugindo, na eterna dúvida. Porque você corre o risco de só conseguir enxergar e se decidir tarde demais. E isso não é uma ameaça, só uma constatação. Vai por mim... Até porque, eu sou muito impaciente. Não, mas também não é isso, não é isso. Eu não espero nada de você, nada além de um dia após o outro. Não tenho maiores expectativas do que ir vivendo e vendo no que dá. Só que eu quero pagar pra ver, experimentar. Não é pra isso que serve estarmos aqui nesse jogo? O que não dá é simplesmente ficar de braços cruzando esperando o céu mudar de cor, observando a vitrine pelo lado de fora, esperando que as coisas talvez aconteçam. Eu até sei esperar, mas tendo algo pra passar o tempo. E me irrita ficar aqui de olhos vendados. E eu não sei o que você pensa, muito menos o que sente. Você as vezes age como se as respostas fossem óbvias, mas não são. E eu também preciso de palavras, preciso ouvir as coisas de forma direta, mesmo que seja um não. Só preciso descer desse muro.
Eu sempre penso em largar de mão, nem seria tão difícil assim, mas quando eu ouço músicas tão díspares quanto o Geraldo Azevedo, o Paulinho Moska e Wilco, e lembro que você também gosta, só consigo ficar indignada com a sua inércia. É, eu ainda me importo.

Clareia manhã. As cortinas se fecham, a luz se acende. A festa acabou, o palhaço tira a fantasia e cabisbaixo retorna ao lar. Silêncio. Só os indícios dão certa noção do que havia até a pouco, a música, as pessoas, as gargalhadas soltas sem cerimônia. Mas agora acabou. Como lembrança só há um resto de fantasia esquecida, perto daquele menino triste, encolhido num canto. Pra ele não teve alegria, não teve risada, não teve pipoca, não teve dança. Respeitável público, bem vindo a vida real. E ele se levanta e caminha, rumo ao nada. A mentira que se esconde por entre os refletores agora dorme. E uma lágrima escorre por seu rosto. Ele só queria carinho, só precisava de um abraço, um beijo na fronte. Mas o contentamento que dominava o ar até então não o atingia. Não conseguia viver de ilusão. Mas a dor da solidão era tanta que quase acreditava que ela fosse o caminho da felicidade, mesmo que momentânea. E o que é a vida a não ser alguns poucos momentos de riso e outros tantos de lágrimas?