quinta-feira, agosto 08, 2002

Eu esperneio, grito e chingo mas sou que nem bicho quando toma injeção de calmante: rapidinho fico mansa. Eu não guardo raiva nem mágoas, tudo passa, e em algumas vezes, só a tristeza fica. Essa aí não arreda pé tão fácil, não. Eu agora tô me sentindo dramática e exagerada, mas cada um sabe de si, "cada um sabe onde o sapato aperta", já dizia minha mãe, ou, como diz o chato do Caetano, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Por isso foi-se o tempo que eu julgava dor de alguém. Só espero que a coisa não vire contra mim, porque todo o mundo tem o direito de reagir quanto a tudo, mas na minha vez sempre me arrumam um defeito. E porra, não tem como... A não ser pelo fato d'eu falar demais. E não é pra provar nada, não é pra convencer, não sei qual o motivo. É indignação, acho. Acontece que na hora eu não fiz nada e agora passou. E eu não queria que passasse, eu queria continuar sentindo uma raivinha, uma magoazinha, só pra não deixar acontecer de novo. Se bem que ainda sinto o mesmo peso nas costas. E dói pensar no que anda sendo dito de mim, porque eu me importo sim. Não devia, mas me importo. Na verdade, cansei de cair, cansei de ser reserva, estepe, aquela que fica guardada ali pra quando se quiser usar. Não mereço depender tanto assim de ninguém. Mas a culpa é minha. E eu relutei tanto pra assumir o nome do que eu sinto, que agora até isso me incomoda. Porque pra eu me importar tanto, pra doer, tem que ter nome bonito? Então podem decidir por mim, porque agora não faz mais diferença. Por ser gato escaldado eu queria que fosse um pesadelo. Queria acordar e encontrar tudo bem. Mas não tem como... Aí eu lembro da Dialética e dá vontade de chorar.
PS. Brigada pelo saco dos amigos, e discurpa.

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