sábado, setembro 13, 2003

Acho que quando eu ia nascer Deus disse assim: o castigo dessa aqui vai ser amar demais... vai amar num mundo onde ninguém ama, vai cair e vai levantar rapidinho, e amar de novo, sem ter receios, sem ter o pé atrás de amar de novo. Vai passar a vida assim até... Não sei o final. Pode ser até rolar de ser recíproco, ou até morrer... sozinha.
Só não sei o porquê do castigo...
Leva essa canção de amor dançante pra você lembrar de mim, seu coração lembrar de mim
na confusão do dia-a-dia no sufoco de uma dúvida,
na dor de qualquer coisa
É só tocar essa balada de swing inabalável que é o oásis do amor
Eu vou dizendo na sequência bem clichê
eu preciso de você

É forca antiga do espírito virando convivência de amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar e não pensar em nada
Planejando pra fazer acontecer ou simplesmente refinando essa amizade
Eu vou dizendo na sequência bem clichê
eu preciso de você

Mesmo que a gente se separe por uns tempos ou quando você quiser lembrar de mim
Toque a balada do amor inabalável
swing de amor nesse planeta
Mesmo que a gente se separe por uns tempos ou quando você quiser lembrar de mim
Toque a balada seja antes ou depois,
eterna Love Song de nós dois
Acabo de chegar do show do Skank no Canecão. Ainda surda, com muito sono acumulado da semana, mas com uma boa sensação. Cheguei lá cedo e a porta tava lotada, como sempre. Me senti mais tia do que me sinto sempre, apesar de saber que é uma grande bobagem, graças a minha carinha de 20 anos e o jeito joselito de ser. Enfim... Fui com o Fred, que tentou pedir credencial pra mim pela Revista Bala, mas fui vetada. Como ele ia trabalhar, me deu seu convite, e o problema agora seriam as fotos, não fosse eu uma cara de pau e já conhecida dos seguranças, devido ao meu charme e simpatia. Arrumei cadeira e tudo pra esperar o show começar, levei cantada do câmera, que já me convidou pra um jantar e me pediu em namoro no show do Los Hermanos (sem comentários) e fiquei ali, conversando com as crianças que vinham puxar papo, maravilhadas com a fotógrafa (sim, porque a gente não ganha porra nenhuma pra escrever ou tirar foto de show, mas sempre rola um status pra quem vê de fora, coitados). E como tinha criança naquele lugar, Deus é mais! Era um povo que nem sonhava em nascer na época de lançamento do primeiro álbum da banda, que deve datar do início dos anos 90. Ok, puta exagero meu, mas sem dúvida aqueles meninos e meninas não se lembram de quando a maioria daqueles hits tocou nas rádios. Ah, sim, porque o Skank é uma banda de hits, e todo mundo canta e dança junto, impressionante. Eu mesma sabia todas de cor, mesmo as músicas que eu detesto, como "Jack Tequila" e "Garota Nacional". Argh. É que nem pagode, cola na cabeça, a gente decora a letra e ainda canta junto. Mas fiz cara de blasé e fiquei na minha, esperando as "minhas" canções. Sim, porque eu me empolguei de ir ao show essencialmente por conta do excelente novo álbum, "Cosmotron", fodão. E é no show que você se dá conta de como as músicas são boas, de como eles evoluíram, e que as músicas antigas são pop comum, sem diferencial algum, e chatas, bem chatas, salvo algumas exceções. Aliás, doces exceções, que me trouxeram deliciosas lembranças, como "Resposta", "Três lados", "Tão Seu" e a "Balada do amor inabalável". As músicas do disco novo estavam lá, quase todas presentes, e sem dúvida foram o ponto alto do show, se não para o grande público de ouvintes dos hits radiofônicos, para mim, que ouço sem parar "Amores Imperfeitos", "Pegadas na lua", "Dois rios", "Supernova", "Por um triz", "Vou deixar" e "Formato Mínimo", as canções indies novas. Já disseram que é bem britpop, que tem um "quê" de Bítols. Pois é, só sei que os fãs do segundo e terceiro álbuns do Los hermanos deviam dar atenção a esse Cosmotron. Como o Fred disse, se eles fizerem outro disco como esse, merecem respeito. Pena que ainda tenham que tocar aquela tonelada de músicas chatas, mas o repertório pode mudar com o decorrer do tempo e com lançamentos novos. E o público foi um show a parte, pelo menos ao meu ver. Começa pelo Fred, flertando discaradamente, que aliás parece descobrindo o mundo (risadas). Ah, e depois do cigarrinho fedido, ele dançou e cantou tudo, tudinho, até as músicas mais pavorosas que ele mesmo acha pavorosas. Vai entender... E ainda tinha um neném lindo que volta e meia me abordava, mas não, não sei, não quero e não posso dar confiança pra uma criança, primeiro porque ele nasceu nos anos 80, e eu não me vejo com alguém que nasceu nos anos 80, mesmo que para um simples beijo. Aliás, não gosto disso, nunca gostei, essa coisa de beijar um qualquer num show, numa balada. Acontece, mas não gosto. Foi bom só pra rir, por ego, por curiosidade. Mas dispensei, apesar do Fred ter me mandado "pegar" na cara da criatura. Hehe. Acho que somos tão crianças quanto eles...

UPDATE
Esqueci de falar do cenário tb, que tava bem legal. Eu nem sou fã da década de 70, apesar de ter nascido nela e de ter algumas lembranças do início dos anos 80, que nada mais eram que uma continuação dos 70'. Enfim, mas o cenário era bem colorido, formado por umas bolas gigantes penduradas, na verdade telões que transmitiam imagens coloridas. O chão tb era forrado com um plástico colorido, cheio de flores. Mais anos 70, impossível. Ah, e o que era a roupa do Samuel Rosa? Calça de veludo vermelha e camisa estampada azul. Parecia com as cortinas que tinha lá em casa. Aliás, que tinha na casa de todo mundo naquela época... O horror, o horror.

sexta-feira, setembro 12, 2003

Hoje acordei assustada no meio da noite por causa de um pesadelo. Não lembro o que era, mas sempre que acontece ligo a tv, pois tenho medo do escuro. Me cobri e dormi de novo, tremendo, mas de frio.
Levantei de manhã com uma sensação pior que a de ontem, um vazio imenso, uma falta do que eu não tenho e nem nunca vou ter, mesmo tendo em mãos. Dá pra entender? Vc pode até tocar, achar que possui, mas não, quando para é que vê que a coisa te escorre por entre os dedos. E vc é assim, algo aparentemente palpável, mas que nunca conseguirei conter em meus braços. E então eu penso em fugir, fugir de você, não saber, não falar, não tentar nem ao menos viver alguns momentos. Mas aí penso que eu nunca fugi, de nada, nem de mim mesma, que dirás da vida. Eu sempre enfrento, busco o que eu quero.
Always in love... parece uma ironia isso, e é, auto ironia. Sabe, cansei. Alguém podia me livrar dessa coisa? Ok, antes estar sempre gostando de alguém que nunca se envolver. Mas eu precisava mesmo é de um meio termo, porque cansa pular de galho em galho. A vida é muito difícil, e sempre vem alguém me dizer que tem que ser assim. E aonde tá escrito isso, porque que tem que ser? Eu não quero que seja, chega, um quarto de século já me cansaram a beleza demais com lágrimas ao travesseiro e lamentos em ombros amigos. Quero o simples, quero um amor só, enterno, mesmo que enquanto dure, mas algo mais que apenas algumas semanas, e mão dupla, por favor, porque cansei de dar de cara com a placa de mão única no final da rua.

quinta-feira, setembro 11, 2003

Músicas, fotos, lembranças... Sinto falta de coisas e pessoas, de tempos que se foram, de dias especiais, dos sonhos que não aconteceram... Fico imaginando como teria sido se eu tivesse escolhido outros caminhos ou se o acaso permitisse que certas coisas acontecessem (ou não). Tô com saudade de algum amor, mas não como foi e sim de como poderia ter sido. Saudade dos amigos que estão próximos e dos que não estão. Saudades, saudades, hoje queria todos perto de mim.

(PS Ei, ei, Kams, saudades de vc, que não me ama mais! Eu nem vivo mais nas baladas, não tem grana e nem sempre tenho saco, mas as vezes é bom... Don't forget me!)

quarta-feira, setembro 10, 2003

Porque será que as coisas sempre caem das minhas mãos?
(Literalmente falando)
Nessas voltas que o mundo dá, volta e meia eu fico tonta, tentando acompanhar sem perder nada. Essa empolgação e a coisa de querer abraçar o mundo sem deixar escapar detalhe algum faz parte de mim, essa coisa adolescente que parece que não vai passar nunca (tomara que dure muito, ao menos). E é oito ou oitenta, não tem meio termo na maior parte do tempo; são tantas pessoas simultâneas que eu fico meio perdida, embora sempre adore essa movimentação. E tô tão certa do que eu não quero, que tô abrindo mão mesmo, coisa rara. Aquele que tirou mais uma lasquinha do meu coração ainda tá aqui dentro, guardadinho, bem cuidado numa esperança tola, utopia eterna. De resto, deixo rolar, tanto faz. Aquele que não sabe o que quer vai se decidir já já, porque é aquela coisa, ele domina a outra e se sente dominado por mim, mesmo que eu não levante um dedo. Mas todo mundo sempre fica fascinado pelo desconhecido, uma ameaça, de certa forma. Eu nem ligo, até literalmente, ele tem medo do que eu sinto e não percebeu ainda que quem tá mais vulnerável aqui é ele, não eu. Mas vai ver logo logo, ah vai. Agora aconteceu algo constrangedor, uma pessoa que se encantou e não tem como ser recíproco. Não tem como nem ao menos ser algo. Infelizmente. As vezes rola vontade de ver no que dá, e nesse outro caso eu até vou encarar, mesmo não querendo nada, que dirás esperando. Mas com esse que me constrange, nada. Não dá, simplesmente.
E pra variar, eu quero o mais difícil, utópico, quase impossível. Será que é de propósito, mesmo que inconscientemente? Eu não sei, só sei que eu tenho certeza que eu quero. Ele me faz rir, me deixa feliz, me dá vontade de ver, de falar, de estar perto, mesmo longe, perto. Mas tá, tá aqui, dentro do peito. Faz tempo...
You have new mail!
Eu nem esperava mais o seu re:, não hoje, não agora. Esperei durante dias, gelava quando o aviso vinha, mas nunca era a sua resposta. E hoje ela veio e me pegou desprevinida. Durante os segundos em que a mensagem abria, torci para que o texto não dissesse aquilo que eu já imaginava ler. Mas ele disse, deu as velhas desculpas de sempre, as mesmas que já cansei de ouvir e que adotei em alguns casos; conheço de cor. E sem querer lágrimas caíram, mas logo tratei de fingir que era essa droga da de alergia dando o ar da graça.
Bons amigos?
Humpf.

terça-feira, setembro 09, 2003

E apesar dos tombos, das desilusões, dos projetos adiados, dos planos frustrados, o sol continua nascendo e brilhando imponente e impiedoso no céu.
A tosse agora não é onipresente, só me aparece na hora que deito, morta de cansaço, e tento dormir. Depois de tanto rolar na cama com o travesseirinho no rosto e quase desmaiar vencida pelo cansaço e pela dor na garganta, as idéias vão surgindo e paro para escrever um pouco. Os pensamentos perturbam e se eu não levanto, termino por não conseguir dormir, pressionada pelos pensamentos, que nunca, nunca me deixam em paz.
(...)
Eu já sei que o melhor da festa é esperar por ela. Aprendi na pele depois de ouvir minha mãe dizer isso tantas vezes diante da minha eterna ansiedade por tudo e por nada. É melhor curtir a espera porque invariavelmente tudo termina na quarta-feira de cinzas, quando a colombina apaixonada chora pelo amor do pierrot que se foi, ou melhor, que ficou. E ela não, ela foi embora, porque tinha que ir, porque amar é se ir morrendo pela vida afora .

segunda-feira, setembro 08, 2003

Eu ia dizer tanta coisa, mas esqueci. Sei que sexta teve foundue e muito papo, muita risada. Ontem teve um vazio grande, e um bom papo com o amigo de sempre, sobre isso, o vazio e as paixões. Ele disse e eu concordo, a gente se apaixona todo dia. E eu lembrei, não podia esquecer daquele amor do metrô, o alguém que eu vi e não pude deixar de notar e de pensar... Ele se foi e eu esperei durante dias vê-lo novamente, em vão. Mas sabia que aconteceria de novo, eu sempre sei. E hoje o vi, domingo, metrô fechado, feriado. Lindo, lindo, vi as tatuagens que eu nem sabia que existiam, e amei mais ainda. Mas ele não me viu, ou viu e não notou.
*****
Fui tirar fotos no São João Batista. Um puta sol, calor horroroso, mal estar, moleza e uma tosse insuportável. Mas eu fui, e os mosquitos me acompanharam. Dei boas risadas, foi bom. Depois teve Mirante do Pasmado, ganhei cdzinho, lindo. Taí, grande chance de me conquistar por conta dessas musiquinhas... Foda. E fomos no rodízio de pizza diliça aqui perto. E de novo parou por aí, fiquei na vontade. Ai, ai. Pior que agora a vontade não cresce, ela vai mofando... Até porque, tá tudo confuso, tem ele, ele que sumiu, mas que não sai da minha cabeça. E tem... Ai ai...