sábado, setembro 13, 2003

Acabo de chegar do show do Skank no Canecão. Ainda surda, com muito sono acumulado da semana, mas com uma boa sensação. Cheguei lá cedo e a porta tava lotada, como sempre. Me senti mais tia do que me sinto sempre, apesar de saber que é uma grande bobagem, graças a minha carinha de 20 anos e o jeito joselito de ser. Enfim... Fui com o Fred, que tentou pedir credencial pra mim pela Revista Bala, mas fui vetada. Como ele ia trabalhar, me deu seu convite, e o problema agora seriam as fotos, não fosse eu uma cara de pau e já conhecida dos seguranças, devido ao meu charme e simpatia. Arrumei cadeira e tudo pra esperar o show começar, levei cantada do câmera, que já me convidou pra um jantar e me pediu em namoro no show do Los Hermanos (sem comentários) e fiquei ali, conversando com as crianças que vinham puxar papo, maravilhadas com a fotógrafa (sim, porque a gente não ganha porra nenhuma pra escrever ou tirar foto de show, mas sempre rola um status pra quem vê de fora, coitados). E como tinha criança naquele lugar, Deus é mais! Era um povo que nem sonhava em nascer na época de lançamento do primeiro álbum da banda, que deve datar do início dos anos 90. Ok, puta exagero meu, mas sem dúvida aqueles meninos e meninas não se lembram de quando a maioria daqueles hits tocou nas rádios. Ah, sim, porque o Skank é uma banda de hits, e todo mundo canta e dança junto, impressionante. Eu mesma sabia todas de cor, mesmo as músicas que eu detesto, como "Jack Tequila" e "Garota Nacional". Argh. É que nem pagode, cola na cabeça, a gente decora a letra e ainda canta junto. Mas fiz cara de blasé e fiquei na minha, esperando as "minhas" canções. Sim, porque eu me empolguei de ir ao show essencialmente por conta do excelente novo álbum, "Cosmotron", fodão. E é no show que você se dá conta de como as músicas são boas, de como eles evoluíram, e que as músicas antigas são pop comum, sem diferencial algum, e chatas, bem chatas, salvo algumas exceções. Aliás, doces exceções, que me trouxeram deliciosas lembranças, como "Resposta", "Três lados", "Tão Seu" e a "Balada do amor inabalável". As músicas do disco novo estavam lá, quase todas presentes, e sem dúvida foram o ponto alto do show, se não para o grande público de ouvintes dos hits radiofônicos, para mim, que ouço sem parar "Amores Imperfeitos", "Pegadas na lua", "Dois rios", "Supernova", "Por um triz", "Vou deixar" e "Formato Mínimo", as canções indies novas. Já disseram que é bem britpop, que tem um "quê" de Bítols. Pois é, só sei que os fãs do segundo e terceiro álbuns do Los hermanos deviam dar atenção a esse Cosmotron. Como o Fred disse, se eles fizerem outro disco como esse, merecem respeito. Pena que ainda tenham que tocar aquela tonelada de músicas chatas, mas o repertório pode mudar com o decorrer do tempo e com lançamentos novos. E o público foi um show a parte, pelo menos ao meu ver. Começa pelo Fred, flertando discaradamente, que aliás parece descobrindo o mundo (risadas). Ah, e depois do cigarrinho fedido, ele dançou e cantou tudo, tudinho, até as músicas mais pavorosas que ele mesmo acha pavorosas. Vai entender... E ainda tinha um neném lindo que volta e meia me abordava, mas não, não sei, não quero e não posso dar confiança pra uma criança, primeiro porque ele nasceu nos anos 80, e eu não me vejo com alguém que nasceu nos anos 80, mesmo que para um simples beijo. Aliás, não gosto disso, nunca gostei, essa coisa de beijar um qualquer num show, numa balada. Acontece, mas não gosto. Foi bom só pra rir, por ego, por curiosidade. Mas dispensei, apesar do Fred ter me mandado "pegar" na cara da criatura. Hehe. Acho que somos tão crianças quanto eles...

UPDATE
Esqueci de falar do cenário tb, que tava bem legal. Eu nem sou fã da década de 70, apesar de ter nascido nela e de ter algumas lembranças do início dos anos 80, que nada mais eram que uma continuação dos 70'. Enfim, mas o cenário era bem colorido, formado por umas bolas gigantes penduradas, na verdade telões que transmitiam imagens coloridas. O chão tb era forrado com um plástico colorido, cheio de flores. Mais anos 70, impossível. Ah, e o que era a roupa do Samuel Rosa? Calça de veludo vermelha e camisa estampada azul. Parecia com as cortinas que tinha lá em casa. Aliás, que tinha na casa de todo mundo naquela época... O horror, o horror.

Nenhum comentário: