sábado, agosto 03, 2002

A vida dá voltas, assim como o mundo. E eu termino sempre me embolando nessas voltas, fico confusa e tonta, já que ela/e gira rápido demais. Eu tento acompanhar, mas ninguém acompanha também, de que que adianta? Afinal, não vivo só nessa droga de planeta, e minhas resoluções de nada valem sem entrar em acordo com as dos outros. O problema é que nunca entram, nunca. E eu cansei. CANSEI. O que vou fazer? Não sei, nunca faço nada mesmo.
Só queria ser uma pedra de gelo e não sentir mais nada, nem amor, nem dor. Só queria não chorar mais.

"...Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai
Mas deixa a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo
Que vai chorar"
O Guto (brother) veio devolver o carro e fez a coisa mais linda do mundo: me deu uma barra de Toblerone. Fiquei emocionada, de verdade. Só eu sei o quanto esse chocolate é significativo... Pra comer chorando...
Bem, a música do dia podia ser Paciência, do Lenine, mas eu já botei um trecho aí essa semana. Sim, ele tocou no show e continua sendo a minha cara, mas prefiro citar outra, que ouvi hoje também.
""Why are you so far away?" she said
"Why won't you ever know that I'm in love with you?
That I'm in love with you?""


...
Hoje foi dia do Festival do Grátis. Show do Lenine no Canecão, patrocinado pela Kamille. Depois a velha Bunker, só que hoje com show do Netunos (patrocínio do meu amore, Edinho). O show foi marromeno, mas parte da culpa é minha, ando sem muito saco. O Netunos foi bem legal, e depois dancei bastante, acho que tava precisando disso. E de álcool, também a base de patrocínio. Depois de uns whiskies e caipirinhas, a vida fica bela e tudo parece possível. Mas agora eu não sei não... Todavia, o mundo ainda gira com mais velocidade.

sexta-feira, agosto 02, 2002

Momento bem humorado...
Eu adoro aquele "volta pro esgoto babe e vê se alguém te quer" que o RR diz no fim de A Via Láctea. Eu já quis dizer isso pra algumas pessoas, e eu nem odiava elas tanto assim, até porque eu nunca odeio ninguém e qualquer raiva minha não dura mais que 5 minutos. Eu queria dizer porque acho foda o jeito como ele fala, e acho essa frase tão... tão expressiva. Um dia eu ainda tomo coragem, mesmo que de palhaçada.
Tô ouvindo a Fluminense desde a hora que acordei. O Dado tá lá, com o Barone, falou dos Netunos (viu JP?) e isso tudo me dá uma puta nostalgia, não bastasse aquele papo todo sobre aquelas coisas que me incomodam lá no fundo do coração. Chorei com o tal papo, e mais ainda quando li o comentário da Helena. Tá, tô sensível paca's, retornei as minhas origens de manteiga derretida, à época da escola em que eu ia chorar escondido no banheiro, depois de brigar com alguém que me irritava por algum motivo. É, eu caía na porrada, e a torcida toda era sempre a meu favor. Eu sempre ganhava, mas o que mais me recordo é de logo após ir arrumar os cabelos no banheiro, aos prantos. Mas saía de lá impecável. Hoje em dia eu não sou mais assim, não sou mais forte nem na aparência. Sou uma fraca, impotente. Só não sou covarde.

E tocou Tempo Perdido ao vivo agora, "a primeira vez que a música foi tocada no Rio". Foda, mais nostalgia, porque Legião faz parte de mim, me lembra tanta coisa, tantas pessoas e me dá uma saudade... É, acho que é isso, hoje é dia de saudade, saudade dos que já foram, saudade dos que estão longe, saudade dos tempos que não voltam mais, saudade de quem nunca foi e nem nunca será.
A vida podia ser feita de um único dia, porque aí tudo seria sempre muito recente, não daria tempo de ter medo de perder, talvez não desse tempo nem de perder.
Acho que a mosca vive só um dia, então a mosca deve ser um inseto feliz. Pena que não tem como eu saber disso. Mas mosca é nojento. Eu queria ser um "eu" melhorado e viver um só dia. Um dia feliz e só. Que não desse tempo de errar, nem de perder, nem medo de fazer nada. Só viver, e ter todo o prazer do mundo, por um único dia. E depois morrer.
Ausente o encanto antes cultivado
Percebo o mecanismo indiferente
Que teima em resgatar sem confiança
A essência do delito então sagrado
Meu coração não quer deixar
meu corpo descansar

E teu desejo inverso é velho amigo
Já que o tenho sempre a meu lado
Hoje estão aceitas pelo nome
O que perfeito entregas mas é tarde
Só daria certo aos dois que tentam
Se ainda embriagado pela fome
Exatos teu perdão e tua idade
O indulto a ti tomasse como bênção
Não esconda tristeza em mim
Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho
força e cuidado

Este é o livro das flores
Este é o livro do destino
Este é o livro de nossos dias
Este é o dia dos nossos amores
Eu queria conseguir ser que nem você, me armar, me trancar, pra não gostar de ninguém que não me permitisse isso. Porque se importar a gente sempre se importa, mas nada que se compare com a dor que eu sempre sinto, por entrar aonde não fui chamada. E eu sempre entro sem bater, mas também, sempre deixam a porta entreaberta. Mas eu não quero mais isso. E como é que eu faço, me explica? Me ensina, me ensina por favor...

quinta-feira, agosto 01, 2002


Quando eu sinto necessidade de ouvir o Rhapsody in Blue é porque algo não vai muito bem... E essa melodia sempre traz a tona lembranças das mais diversas, tanto tempo faz que ela me acompanha nos momentos confusos. O primeiro eu lembro bem, não haveria como não lembrar, já que esse CD era dele. Tava lá, numa pilha de coletâneas de clássicos, o Gershwin perdido entre Bizet, Ravel e Strauss. E desde então, sinto sua música me possuindo, me consumindo, me confundindo ainda mais a cabeça, e depois me velando num sono confortante. Quando de repente me desperta aos berros, me dá um susto e me faz levantar imediatamente, me desperta pra essa droga de vida.
A dor de cabeça de ontem não passa, os olhos também doem. Mas a dor mais incômoda vem de outro lugar e eu não sei ao certo de onde, mas sei que dói. E o álcool me dá uma falsa certeza de que as coisas podem dar certo e o céu ficar cor de rosa da noite pro dia, como num passe de mágica. A vontade que tenho é a de me trancar no quarto com meus discos (e jogar o computador pela janela) e assim viver por muito tempo. Dormir, hibernar, fugir do pesadelo num sono profundo. Porque o maior pesadelo é a vida real.
- E precisa ser assim?

- Assim como?

- Você ficar triste por minha causa.

- Cara, então me diga que eu confundi tudo e que nós podemos - e devemos - ser somente bons amigos, que nem a música do Ritchie.

"Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara
Eu sei,
A vida não pára"


Fiquei horas tentando escrever, escrevi mil coisas, mas nada dizia exatamente o que eu sinto, da forma que eu queria dizer. Desisti e fui dormir, mas só passava clipe bom, Radiohead, Verve e... Lenine. Então levantei só por isso, porque essa letra tem a ver. A ver com o quê? Ah, você sabe...


Loser. Como eu. Tá, eu não sou mais loser. Mas que as coisas continuam não dando certo, ahh... E sempre tem alguém me dizendo "confie em mim, Charlie Brown". E eu confio, né? E levo rasteira.

terça-feira, julho 30, 2002

PRECISO ME ENCONTRAR

"Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Quando eu me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir, preciso andar
Vou pr aí a procurar
Rir pra não chorar "

segunda-feira, julho 29, 2002



Hoje sou uma pessoa mais feliz.
Hahahaha, o Winamp tá brega! Primeiro, Information Society, a música do "vai tomar no cu" (Running), agora Menudo, "If you're not here (by my side)"...
Ou será que eu que sou brega, que tenho essas coisas aqui?
Será que eu sou invisível?
Foda, muito foda.
Eu gostaria de ter escrito...
Quando eu cheguei a porta estava encostada. Ele fez menção que eu entrasse, mas hesitei. Também tinha medo de tropeçar mais uma vez e me machucar. Eu sabia da barreira que havia no meio do caminho e temia levar outro tombo. Isso dói muito, ainda mais com a ferida ainda não cicatrizada. Na verdade, ela nunca cicatriza. Cria só uma casquinha, mas basta passar o dedo que a casquinha se solta e começa a jorrar sangue.
Fiquei conversando com ele da entrada mesmo, mas o papo tava tão bom que dava vontade de entrar correndo, sem parar pra pensar. Eu só estava ali porque fui convidada a chegar mais perto, mas precisava de um convite real para entrar. Porque ele me convidou, mas quando eu insinuava, ele recuava. E ficávamos nesse jogo até... Até eu tomar vergonha na cara e ir embora. É, é isso que eu devo fazer, ir embora, e depressa. Já vi lugares como esse e os finais nunca foram felizes. Mas ao mesmo tempo sei que não existem portas iguais, por mais parecidas que sejam. O que que eu faço então? Preciso saber antes de entrar, preciso saber se você quer que eu fique, se você quer que eu vá. Só não sei ficar no meio do caminho, não posso, não quero.
Hoje eu tô carente, cansada, com sono e não posso dormir a tarde inteira. Não posso porque eu não quero, eu preciso daquele livro e ele tá lá, me esperando. E eu vou sozinha buscá-lo. E vou sozinha ao cinema. Ok, isso sim é porque eu quero. E tô fazendo pirraça porque criança com sono é criança mau humorada. Ah... Mas eu realmente estou sozinha sem querer estar sozinha. Esse é o problema que eu nunca resolvo como eu quero e muito menos na hora que eu quero. Chega de lamento! Tô saindo, bye.

Ah, e outra coisa: cansei de icq, não quero mais saber dele, pelo menos, "só por hoje". Quero contatos reais, pessoas reais. Então, façam um favor: me liguem. Obrigado.

Atchim.
Adoro o frio, mas o tempo não se decide.
Então...
Atchim.
Poxa, ainda existem pessoas no mundo que são fofas a troco de nada, e elas me fazem crer que os sonhos ainda são possíveis, que o que você deseja de coração pode se tornar real. Utopia? Pieguice? Pode até ser, mas mesmo que as vezes eu diga que não creio mais, a verdade é que a minha fé é mais forte que eu. Então, que assim seja.
Existe alguma certeza na vida?
Porque eu preciso de alguma, para ter algo a que me agarrar, algo que me faça feliz.
E essa certeza tem que ser cor-de-rosa, tem que me fazer cosquinha nos pés, tem segurar meus braços e me fazer gargalhar.
Alguém se habilita, alguém conhece, alguém sabe?
"Far, far away from those city lights
Might be shining on you tonight
Far, far away from you
On the dark side of the moon
I long to hold you in my arms and sway
Kiss and ride on the CTA
I need to see you tonight
And those bright lights
Oh, I know it's right
Deep in my heart
I'll know it's right
By the bed, by the light that you read by
By the time that I get home to say good night
I need to see you again
On the dark side my friend
On the dark side..."
"
...e na verdade, tudo o que desejava era ser surpreendida por um telefonema no meio da noite (ou do dia) e ouvir simples palavras de carinho. Ela só precisava disso, uma doce surpresa, e poder fitar seus olhos novamente, como nunca antes tivera coragem de fazer, mas tanto necessitava naquele momento...


O Rafa foi embora hoje e eu não acordei com o telefone tocando. Estava sozinha em casa e desfalecida, acho que nem britadeira me despertava do estado de hibernação. Eu realmente precisava disso. Mas nem fui levá-lo à rodoviária, nem sequer liguei pra me despedir. E continuo cansada...
E as trevas invadem os corações
Já obscuros e então vazios
Cansados de bater em vão
E revoltados com tamanha inutilidade
Temos que tomar alguma atitude
E às 18hs com armas em punho
As tropas saem às ruas
Em busca de destruição
Dizem que querem lutar
Buscar o que lhes é de direito
Mas a verdade é que a morte lhes é grata
E por si só traz satisfação

domingo, julho 28, 2002

Amanheceu, já posso ir dormir. Os fantasmas não assombram de dia, e nem quando você tem qualquer pessoa por perto.
"A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. (...) A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, que se perde de si mesma."

Eu lembro de uma vez que eu tava conversando com ele sobre a avó. Ela sempre dizia que era velha e tinha razão, que velhos sempre tem razão, como se fosse um crime mudar de idéia. Acho que muito pelo contrário, o erro está em não mudar.
E a gente se acostuma pra não sofrer mas sofre. Eu sempre digo que não adianta se trancar numa armadura e ver a vida passar pela janela, pra um dia, quem sabe, perceber que desperdiçou tempo, jogou vida fora. Mas as pessoas se armam por qualquer coisa, mal levam um tombo e já ficam com medo da vida. Tolice. Então, por que vieram pra esse planeta? Já que a gente não escolheu e caiu aqui de pára-quedas, temos então que aprender a cair, porque os tais tombos doem paca's, mas a gente precisa deles pra aprender uma série de coisas que infelizmente somos incapazes de aprender na alegria. Porque eu não sei. Mas vale a pena correr riscos se houver uma chance, mesmo que remota, de ser feliz. E eu sempre corro riscos, todos eles. Mesmo ainda não sabendo cair direito. Digo que vou me esconder, que não quero mais isso nem aquilo, que tenho medo, mas na primeira oportunidade dou a cara a tapa. O bom é nunca se arrepender por não ter feito. Porque eu fiz. E faço de novo.
Sempre tive medo de ficar sozinha em casa à noite. Todos os barulhos que vêm de fora ou os de dentro, dos gatos (espero eu), me fazem olhar para os lados, e outros tantos que provavelmente minha cabeça inventa e gritam pra me assustar. Aí eu acendo todas as luzes e ponho o Badly Drawn Boy pra tocar, nem tão baixo que permita que meu incômodo continue, nem tão alto que camufle os "meus" barulhos e me deixe com mais medo. Na verdade, eu só precisava de alguém aqui pra me defender dos meus fantasmas.
Além de receber mais spam que mails pessoais, o que anda me deixando %*&@ da vida, curiosamente tenho recebido mails de um cara que eu escrevi noutro dia solicitando credenciais pra um show. Hoje ele mandou um ensinando como se defender de uma tentativa de estupro, segundo entrevista concedida pelos próprios caras.

"A primeira coisa que eles olham em uma vítima potencial é o penteado. É mais provável que eles ataquem uma mulher com rabo-de-cavalo, coque, trança, cabelos longos ou qualquer outro penteado se seja possível puxar mais
facilmente. Mulheres com cabelos curtos não são alvos comuns. A segunda coisa que eles olham é a roupa. Eles vão olhar para mulheres em que a roupa seja fácil de tirar rapidamente. A hora do dia que é mais provável deles atacarem e estuprarem uma mulher é no começo da manhã, entre 5:00 e 8:30 da manhã. O lugar campeão das mulheres serem raptadas/atacadas, são estacionamentos de supermercados. Em segundo lugar ficam os estacionamentos de escritórios. Em terceiro estão os banheiros públicos. O que acontece é que esses homens estão procurando atacar uma mulher para movê-la rapidamente para um outro lugar onde eles não tenham que se
preocupar em serem pegos."
...
Eu pensei logo que não tinha precisão d'eu ler porque não corro esse risco, mas falando sério, é só eu não deixar os cabelos crescerem, me vestir que nem indie e não ir mais pras baladas. Pronto. E o legal é que no final ele ensina como se defender, diz pra puxar os dedos da mão do indivíduo pra trás até quebrar, ou dar um beliscão na parte de trás do braço, que uma mulher uma vez fez com tanta força que rompeu a pele e tirou pra fora parte dos músculos. Deus é mais! Melhor eu não sair de casa mesmo...

Sinto sua falta. É verdade, não sei como nem porquê, não consigo entender. Você não me levou o café na cama, não fez massagem nos meus pés nem elogiou meu corte de cabelo. Jamais disse que me amava nem me fez cafuné até eu dormir. Mas mesmo assim meus pensamentos são todos seus, aonde quer que eu esteja, o que quer que eu faça. Eu ando pelo mundo, nunca paro quieta. Dizem que tenho um amor novo a cada semana, mas só eu sei que em cada um é você que eu vejo. Logo você. E eu acreditava nos seus olhos...