sábado, agosto 16, 2003

Ontem terminei na Bunker, aos 45 do segundo tempo. O MA me ligou na hora de virar abóbora e me intimou a ir. Como eu sou pobre, ele me bancou, até na pinga. E eu bebi um monte, e nada aconteceu, só falei umas bobagens pra um dos "meus meninos". E dancei, e terminei dormindo no sofá, porque eu tava podre. Mas foi legal, me diverti, e principalmente, me distraí. E dormi o dia inteiro, e nada aconteceu. Aliás, nada acontece. O telefonema ontem foi legal, atencioso, mas isso não quer dizer nada. Não quero mais (só)isso, quero muito mais pra mim. Raspas e restos não me interessam (tô tentando me convencer disso).

sexta-feira, agosto 15, 2003

Domingo no Parque

O rei da brincadeira (ê, José)
O rei da confusão (ê, João)
Um trabalhava na feira (ê, José)
Outro na construção (ê, João)
A semana passada, no fim da semana
João resolveu não brigar
No domingo de tarde saiu apressado
E não foi pra Ribeira jogar capoeira
Não foi pra lá, pra Ribeira, foi namorar
O José como sempre no fim da semana
Guardou a barraca e sumiu
Foi fazer no domingo um passeio no parque
Lá perto da Boca do Rio
Foi no parque que ele avistou Juliana
Foi que ele viu
Foi que ele viu Juliana na roda com João
Uma rosa e um sorvete na mão
Juliana seu sonho, uma ilusão
Juliana e o amigo João
O espinho da rosa feriu Zé
E o sorvete gelou seu coração
O sorvete e a rosa (ô, José)
A rosa e o sorvete (ô, José)
Foi dançando no peito (ô, José)
Do José brincalhão (ô, José)

O sorvete e a rosa (ô, José)
A rosa e o sorvete (ô, José)
Oi, girando na mente (ô, José)
Do José brincalhão (ô, José)
Juliana girando (oi, girando)
Oi, na roda gigante (oi, girando)
Oi, na roda gigante (oi, girando)
O amigo João (João)
O sorvete é morango (é vermelho)
Oi girando e a rosa (é vermelha)
Oi, girando, girando (é vermelha)
Oi, girando, girando...
Olha a faca! (olha a faca!)
Olha o sangue na mão (ê, José)
Juliana no chão (ê, José)
Outro corpo caído (ê, José)
Seu amigo João (ê, José)
Amanhã não tem feira (ê, José)
Não tem mais construção (ê, João)
Não tem mais brincadeira (ê, José)


Essa a minha mãe cantava pra mim e pro meu irmão, José, quando a gente era pequeno. Lembro da gente na piscina, domingo de sol, e todos nós ali, com o som ligado.
:~~~
Eu era feliz e não sabia.
Ou sabia? Não lembro.
Fernando Mendes, autor do clássico brega "Cadeira de Rodas" também escreveu essa música linda, "Você não me ensinou a te esquecer", que foi regravada pelo Caetano Veloso para a trilha de "Lisbela e o Prisioneiro". Linda de chorar, ainda mais em dias frios e chuvosos como hoje, em que você está em qualquer lugar desse mundo e não aqui...

Não vejo mais você faz tanto tempo
Que vontade que eu sinto
De olhar em seus olhos, ganhar seus abraços
É verdade, eu não minto

E nesse desespero em que me vejo
Já cheguei a tal ponto
De me trocar diversas vezes por você
Só pra ver se te encontro

Você bem que podia perdoar
E só mais uma vez me aceitar
Prometo agora vou fazer por onde nunca mais perdê-la

Agora, que faço eu da vida sem você?
Você não me ensinou a te esquecer
Você só me ensinou a te querer
E te querendo eu vou tentando te encontrar

Vou me perdendo
Buscando em outros braços seus abraços
Perdido no vazio de outros passos
Do abismo em que você se retirou e me atirou e me deixou aqui sozinho
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance; para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

(Luiz Fernando Veríssimo)

(Nem sei se é dele de fato, porque nego sempre dá autoria errada aos textos, mas de qualquer forma, recebi assim)
Sono.
Ontem saí do estágio e fui encontrar com a Helena na casa dela. Papo vai, papo vem, e fomos almoçar, com direito a sobremesa de gordo. Depois fomos no cinema dos mudernos, Espaço Unibanco, ver aquele filme que eu nunca lembro o nome, mas é alguma coisa sobre a família esquisita do Igby. É mais ou menos isso. Até gostei do filme, mas como ela disse, há citações vazias, o garoto é um rebelde sem causa... Mas eu simpatizei com ele, enfim, não detestei o filme. E a trilha é legal, tem Coldplay, Travis, Dandy Warhols... Depois fomos pra facul, e mais uma vez não assisti aula, fui no lab "rapidinho" ampliar umas fotos do Los Hermanos que o Fred me intimou a entregar. Aproveitei e ampliei também umas do Pão de Açúcar, que eu fui com o Reuber nas férias. Ah, e escaneei tudo, pro fotolog. Fui pra casa e como eu tinha pilhado o MA pra sair, ele me intimou a estar na porta de casa em 10 min. Fizemos um mini tour por aí, passamos na Matriz mas terminamos indo pro Empório, que tava animado. Eu é que não tava muito, mas foi legal mesmo assim. Pena que nem o gin conseguiu me levantar. Ainda entrei no icq rapidinho, fui dormir tarde pacas.

quinta-feira, agosto 14, 2003

Tem algumas pessoas que podem tudo. Não sei porque, mas a gente gosta tanto que elas até podem, por exemplo, usar pochetes, ter mullets e até ouvir metal. Podem usar uma camisa escrota, ter espinha na cara ou dizer algo bobo que continuam sendo foda. É difícil gostar tanto a ponto de não se importar. Mas acontece, e é tudo o que eu sempre quis ter, tanto de sentir, quanto de sentirem por mim. E tem que ter cuidado pra não aturar coisas que não devem ser aturadas, pra não se tornar uma múmia que só aceita tudo sem opinar e sem ter luz própria. Mas enquanto o negócio é simplesmente gostar sem querer mudar nem ao menos se incomodar, tá legal, porque deve ser assim mesmo. A gente não muda ninguém, mesmo que tente. E acho que nem deve tentar, ou aceita como é, ou cai fora. E também não deve cair no erro de mudar pra agradar, porque vira uma coisa apagada e sem graça.
Hoje fui mais cedo pra facul e ampliei fotos, fim uns contatos também. E vi a Helena, que eu tava com saudades, e o Fred! E comi pão de queijo, já que ando num jejum maravilha. Fico sem comer e volta aceito umas bobagens diliça pra beliscar. Dieta bonita essa. Pô, eu ia falar algo mas já esqueci... Ah, bebi caipirinha de novo lá no lab, enquanto ampliava. E agora tomei batida de côco que mamã fez, e tô ouvindo programa de metallllllllll... Só eu mesma, podem zoar.
É aquela coisa, dias de muito, dias de tão pouco. Não sei de mais nada... Só sei que fui ver o filme do Woody Allen, Dirigindo no Escuro, e achei bem legal, ri pacas, e isso é raro, poucos filmes me fazem rir. Nem é foda o filme, mas é bom, vale a pena. A companhia também foi legal, não esperava. Aliás, é raro isso, eu não esperar nada, até esquecer aonde estou e com quem estou. E foi bom. Mas eu não sei...

quarta-feira, agosto 13, 2003

"Eu perco o chão, eu não acho as palavras
Eu ando tão triste, eu ando pela sala
Eu perco a hora, eu chego no fim
Eu deixo a porta aberta
Eu não moro mais em mim
Eu perco a chave de casa
Eu perco o freio
Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio Refrão
Onde será que você está agora?"


É bem isso aí. E eu sabia que eu ficaria blerght depois de te ver de novo, quando eu já estava ficando bem do estabaco que eu levei ficando completamente desgovernada por você. Não que você tenha feito alguma coisa errada, pelo contrário. Mas a coisa tá andando num ritmo nada confortante, que é o seu ritmo, não o meu, e isso me deixa ainda mais confusa. Mas vale o risco, vale cada minuto sem dormir, cada frio na barriga, vale a longa viagem pra te ver.
E ainda vi, finalmente, "O Senhor dos Anéis", com pregador no olho, mas sem dormir. E depois teve Além da Imaginação, que eu nunca canso de ver. E muito papo bom, que dá vontade que não acabe nunca, mas que sempre faz o tempo passar rápido demais.

segunda-feira, agosto 11, 2003

Tédio mortal no findi todo. E agora, aos 45 do segundo tempo, um amigo me chamou pra ir ao cinema. Fomos ver "O homem do ano", do livro "O matador", inspirado discaradamente no conto "O cobrador" do Rubem Fonseca, que aliás, tem algum parentesco com a autora do livro, Patrícia Mello. E o filme é do filho dele. Mas enfim, não gostei do filme, achei arrastado. Pelo menos saí de saca, ri bastante e vi gente. Ah, e tá um frio de rachar.

domingo, agosto 10, 2003

Esse povo que faz horóscopo é um bando de debochados. E eu não sei porque que ainda leio isso, religiosamente todos os dias, em todos os jornais. Hoje neguin vem dizer que podem aparecer pessoas interessantes, pra eu evitar que o relacionamento seja meramente formal e pra não me dar ao luxo de perder algum relacionamento importante pra minha vida. Ah, queridinha, se fosse assim... Se tem alguém que não se dá ao luxo de nadica de nada esse alguém sou eu. Eu corro atrás até demais. Pode ter certeza que se algo não acontece, não é por minha culpa. E eu acho que se a gente perde, é porque não era pra ser. O que tem que ser acontece, mais cedo ou mais tarde. Essa parte final é que depende da gente.
Todo mundo diz que quando a gente menos espera as coisas acontecem. Mas porque que isso tem que ser uma regra? Porque que quando a gente deseja que o telefone toque ele simplesmente não toca e é quem a gente tanto espera? Ontem eu esperei tanto, e ele ligou na única hora do dia que eu ocupei o telefone, por alguns segundos apenas. Mas eu tava fazendo um balancete, e seria engraçado se não fosse trágico. O ex que eu queria tanto que reaparecesse ligou de novo essa semana, só pra bater papo. O outro ex deu trégua, mas também não me larga o pé. Aquele outro menino que eu achei fofo e que tinha sumido, me chamou para sair. E o outro, que eu também queria, marcou um cinema. E hoje eu falei com aquele amigo fofo que é sempre muito legal e que ainda vai render... Pode? Mas esse que eu não tiro na cabeça hoje, agora (e ontem e provavelmente amanhã) tá difícil. Será que eu tenho que não mais pensar nele pra ele lembrar de mim? E como se faz isso? (me explica por favor...)