quinta-feira, agosto 01, 2002


Quando eu sinto necessidade de ouvir o Rhapsody in Blue é porque algo não vai muito bem... E essa melodia sempre traz a tona lembranças das mais diversas, tanto tempo faz que ela me acompanha nos momentos confusos. O primeiro eu lembro bem, não haveria como não lembrar, já que esse CD era dele. Tava lá, numa pilha de coletâneas de clássicos, o Gershwin perdido entre Bizet, Ravel e Strauss. E desde então, sinto sua música me possuindo, me consumindo, me confundindo ainda mais a cabeça, e depois me velando num sono confortante. Quando de repente me desperta aos berros, me dá um susto e me faz levantar imediatamente, me desperta pra essa droga de vida.
A dor de cabeça de ontem não passa, os olhos também doem. Mas a dor mais incômoda vem de outro lugar e eu não sei ao certo de onde, mas sei que dói. E o álcool me dá uma falsa certeza de que as coisas podem dar certo e o céu ficar cor de rosa da noite pro dia, como num passe de mágica. A vontade que tenho é a de me trancar no quarto com meus discos (e jogar o computador pela janela) e assim viver por muito tempo. Dormir, hibernar, fugir do pesadelo num sono profundo. Porque o maior pesadelo é a vida real.

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