sexta-feira, setembro 13, 2002

Dez anos se passaram. Mas parece que foi ontem que você apareceu na minha vida, do nada. Claro, raramente coisas e pessoas aparecem com hora marcada, ligam pra avisar ou mandam um telegrama. Normalmente é assim, você esbarra por aí com a criatura, ou alguém te apresenta, ou... Enfim. E eu me acostumei. Desculpa, mas eu me acostumei a chorar com você quando estava triste, ou a te abraçar e te encher de beijos quando estava alegre. Me acostumei a ter você sempre aqui, todos os dias, todas as horas. Tantas pessoas apareceram e se foram nesses anos todos, tantas coisas mudaram, eu cresci, caí, me reergui, eu mudei. E continuo a mesma. E você também. A não ser... por ter ido embora. Por ter me deixado aqui tão só, sem você. E cada um desses dias de ausência pareceram intermináveis, e a dor de te perder foi maior do que eu podia sequer imaginar. Eu não preciso mais perder pra aprender a dar valor, foi-se o tempo... E eu chorei, todos nós choramos. Até ele, aparente fortaleza, chorou a sua falta. Mas da mesma forma que se foi, você voltou, numa madrugada quente de primavera. E me fez voltar a sorrir.

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