terça-feira, agosto 27, 2002

Eu tenho medo, muito medo. De repente, todos os medos do mundo resolvem tomar conta de mim. E eu sei que são só fantasmas que me assombram, mas não consigo me livrar deles sozinha, preciso que os outros me digam o quão tola eu sou. E me viciei nisso. Mas não quero mais depender de opiniões amigas sobre o que, na verdade, só eu sei, para me sentir melhor e deixar que as paranóias queimem no fogo do inferno. Porque elas me irritam, eu me irrito.
Medo de ficar velha, medo de nunca arrumar um trabalho legal, medo de me acharem burra, medo de ser verdade, medo de amores vãos que sempre se vão, medo da vida e das pessoas, as vezes. Não tenho medo de morrer, nem medo de viver, caio, levanto, mas sempre enfrento, nunca fujo, mesmo que esteja tremendo por dentro (e as vezes por fora também). Mas descobri que ficam marcas sim, e que elas são mais profundas do que eu imaginava. E de tanto cortar e cicatrizar, ficou um buraco remendado, que incomoda em alguns momentos. A vontade que dá é viver protegendo a ferida, pra não cortar de novo. Mas não, não vou passar a evitar coisas e pessoas, por medo da possível dor, até porque me irrita profundamente quem age assim. Detesto pessoas que têm medo de viver depois de um tombozinho. Ficar assistindo a vida da janela? Tsc, tsc, tô fora, gosto de maiores emoções. Porra, vai cair de verdade e vai aprender que você ainda vai cair muitas vezes mais, mas é pra isso que estamos aqui, muitas tristezas, algumas alegrias, o tal do aprendizado. Esses que se trancam evitam alguma dor, mas também evitam grandes alegrias. Só porque coisas se repetem de forma aparentemente parecida, a gente viaja numas de acreditar que tudo sempre dá errado e é sempre igual. E não é! Aconteceu uma vez, aconteceu 10 vezes, mas não quer dizer nada. Eu acredito nas surpresas, adoro surpresas, espero por elas. E a vida é uma grande surpresa, e hoje eu quero esquecer meus medos e sonhar muito, mesmo que sejam ilusões. Pelo menos por hoje, só por hoje. Lá vou eu de novo, me boicotando. Como é o tal provérbio que a Kamille me disse hoje? "não há diferença entre ação e pensamento". Tá tudo na nossa cabeça. Então eu já sei o que eu quero, e já sei o que vou ter. Me aguarde, você aí. E outras cositas más...

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