sexta-feira, agosto 04, 2006

.hoje é dia de descobrimento do brasil.
.o álbum, de 1994 é um dos favoritos, cada canção se completa, conta uma história por capítulos e a próxima faixa nada mais é que uma continuação. todas interligadas, mas funcionam bem sozinhas também.
.conheço bem legião, álbuns, fases, letras, histórias, mas não ouço mais quase, só muito esporadicamente, e um álbum só de cada vez. ouço um álbum completo, sempre, porque eles contam histórias, a música sozinha raramente tem encanto pra mim. mas ouvir sempre também cansa, tem que ser só de vez em quando, pra dar água na boca, pra dizer algo, pra responder qualquer coisa.
.legião acompanha minha vida, minhas fases pessoais. seja porque tragam lembranças de alguma época, seja porque têm a ver com alguma fase atual e estejam escrevendo história. por qualquer motivo, legião sempre vai ser especial pra mim.
.e o descobrimento é lindo, lindo. começa falando do "retorno de saturno", que tem me atormentado, dia sim, outro também, me cobrando, mas passando a mão na cabeça as vezes, porque ele nem é tão mal assim, vai. "29" fala de aprender a perdoar e a pedir perdão quando você se fode bonito de verde e amarelo. porque tem gente que fica traumatizado, e tem gente que prefere aprender e melhorar, que é o meu caso.
.daí vem "o que há de errado comigo, não consigo encontrar meu abrigo" (...) e "celebro todo dia minha vida e meus amigos, eu acredito em mim" (...). é tão auto-ajuda, é tão bonito e tão triste, mas uma tristeza disfarçada de beleza, algo sublime.
."sai de mim que eu não quero mais saber de você" me lembra dias turbulentos, pai, mãe, problemas, referências. ouço claramente na cabeça ela falando que era a música dele, o mesmo que me deu o vinil no dia 31 de janeiro, dia de aniversário, indo pro curso. lembranças..
."vamos celebrar a estupidez humana", sim, vamos celebrar, mas apesar da ironia, da desilusão, "nosso futuro recomeça: venha, que o que é perfeição" - há esperanças, sempre.
."o descobrimento" é fofa, dona lina adora, disse que era a minha cara nem sei pq, mas sempre que mamãe gosta de algo eu simpatizo, do nada, por nada, assim :)
.lembro do dia que passei horas seguidas ouvindo "os barcos" no repeat. uma hora minha mãe reclamou, soltou o "deus é mais" de sempre, disse que não aguentava mais, fez piada. isso foi há mais de dez anos, mas lembro como se fosse hoje. mais história, mais lembranças, pessoas que se foram e se perderam no tempo. tempo, tempo, tempo...
."vamos fazer um filme", o amor eterno relembrado, a dorzinha da nostalgia, a sensação que volta como se fosse hoje, "e hoje em dia como é que se diz eu te amo? - eu te amo". eu te amo.
."os anjos" me lembra a amiga que dizia "hoje eu vou dar", e até hoje eu canto assim. da época que eu nem sonhava fazer isso... "a maldade humana agora não tem nome" e "só nos sobrou do amor a falta que ficou". auto-explicativa.
."um dia perfeito" e a gente só se dá conta disso as vezes quando se fode, ou quase. sabe aquela coisa de só dar valor quando perde? por aí... "podem até maltratar meu coração que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar".
."giz" era a favorita. acho que ainda é. "acho que estou gostando de alguém, e é de ti que não me esquecerei".
.daí vem "eu continuo aqui com meu trabalho e meus amigos e me lembro de vc em dias assim, dia de chuva, dia de sol" e "e com você por perto eu gostava mais de mim"... pra terminar com "só por hoje eu não quero mais chorar, só por hoje eu não vou me destruir, posso até ficar triste se eu quiser, é só por hoje, ao menos isso eu aprendi, yeah".

nada mais juliana que isso.

.só pra fechar, noutro dia ouvindo algo antigo do new order pude perceber claramente algo do "dois" da legião. foda. as melhores referências legionárias. porque eles me ensinaram a gostar de boa música desde pequena.

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