segunda-feira, setembro 18, 2006

o limiar entre a sanidade e a loucura é tão sutil que as vezes a gente convive com pessoas assim e nem percebe. ontem falamos disso, dos psicopatas, de gente louca e capaz de grandes atrocidades que passam anos agindo como pessoas normais, até... até algo as provocar, de alguma forma.

isso me levou a pensar em pessoas que eu conheci e conheço, que têm um tipo de distúrbio que me interessa observar e analisar, mas me deixa um tanto quanto perplexa. gente que pega um detalhe real e inventa todo um resto, fantasia ao redor disso, aumenta, distorce, cria. bonito, criativo, coisa de profissional. mas é bizarro, assustador num certo ponto. eu, que sempre tive mania de analisar as pessoas, preciso só de um pouco de observação pra sacar quem é assim. acho que sempre acerto. as vezes caio numa mentira ou noutra, mas sei que tenho que ficar atenta pra que nada passe desapercebido. lembro que tive um amigo assim, há anos atrás, e eu e mamã ficávamos pescando as fantasias dele. eu não consegui levar bem a amizade, por conta disso. hoje acho que tenho mais maturidade e discernimento, e conheço um alguém assim que assume ser assim. assume pra quem é íntimo, mas assume que tem problemas. ok, entendo, aceito, tento ajudar. mas é impressionante, você nunca sabe o que é real, ou até onde é real. e tem outra, que todo mundo paparica, adora, num exagero sem fim, que criou também esse universo paralelo e vive mergulhada nele, e parece que ninguém percebe! eu percebi, outra pessoa também. não é possível que ninguém mais observador e sagaz que convive com a dita cuja não consiga sacar nas entrelinhas que nem tudo ali é verdade. não é difícil, mesmo que você não saiba de toda a verdade, que não conheça a pessoa a fundo. pq há furos, ninguém mente tão bem. não pra mim... e eu fico brincando de jogo dos erros, investigando a fantasia do real.

o problema é quando esse distúrbio afeta as pessoas de alguma forma, quando vira intriga, maldade, vingança, ou qualquer coisa que prejudique alguém. isso eu não aceito, não gosto, não quero, não faço e não admito. mas fazer o q? alertar, me afastar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Promete pra mim que me lembra de te mandar um e-mail sobre esse assunto?

(aqui não, já que implicaria a citação de referências ou nomes...)

Juliana Araujo disse...

A verdade as vezes é dolorosa, mas é a que temos. Podemos mudá-la, transformá-la, reinventá-la, mas temos que levar para a prática. Porque apenas interpretar uma peça onde se vive sozinho num mundo a parte é perigoso. Beira a doença. E eu fico triste, queria poder abraçá-la e trazer pro mundo real, que pode ser melhor do que esse fantasioso que ela criou - repleto de situações arriscadas.