quarta-feira, outubro 09, 2002

Sou uma metamorfose ambulante. Gosto disso, gosto de poder mudar de opinião e gosto de não me culpar por isso. Mas eu vivo oscilando, e desde sempre foi assim. Tenho dúvidas, vivo em dúvida. E as coisas comigo se transformam com muita facilidade. Bom? Ruim? Depende, mas me assusta. Mudo os cabelos, mudo as roupas, tenho vontade de ir a lugares que nunca liguei e desejo de comer alguma comida que não gosto. Meu humor as vezes varia bruscamente, meu ânimo também. Acordo feliz e saio de casa chorando, aparentemente sem motivo (mas aqui tem um adendo: eu penso demais). Espero ansiosamente por uma festa e no dia resolvo não ir. Acredito realmente que te amo, mas não consigo passar tanto tempo com você. Começo a ler um livro e não consigo terminar. Enjoa. Tenho toda a paciência do mundo para explicar como se liga o computador, mas não tenho saco com perguntas idiotas. Mas depende, tudo depende. Depende do dia, depende da pessoa, depende do tempo, depende. Não estaciono em nenhum dos extremos.
Eu tenho medo da rotina, medo de pizza domingo a noite, medo de ir toda semana ao cinema ou de assistir a vídeos em casa. Não que eu canse de fazer sempre as mesmas coisas. Não, nem sempre. Dependendo da companhia, cada dia tem um sabor diferente. É piegas, mas eu sou piegas, o amor é assim. E eu ainda acredito nisso. Não tenho medo dos dias aparentemente serem iguais, porque para mim nunca são, não quando você está ao meu lado. Tenho medo por você, que talvez não consiga perceber isso.

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